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São Paulo, domingo, 16 de fevereiro de 2003

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REFORMA

Materiais como cerâmica, concreto e madeira usados se transformam em paredes, contrapisos e peças decorativas

Reciclado, entulho fica no interior da casa

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Nem tudo que sobra no canteiro tem como destino a caçamba. Aproveitar os materiais usados na obra diminui a geração de entulho e aumenta a economia, tanto na compra de material como no gasto com o aluguel da caçamba.
Para o engenheiro Ademir Scobin Grigoli, 45, especialista em reciclagem de entulho, as obras devem ser gerenciadas "para gerar o mínimo de resíduo". Sobretudo as pequenas construções, que são as que mais produzem sobras.
"Os pequenos consumidores são responsáveis por cerca de 60% a 70% dos resíduos depositados nas cidades", diz o arquiteto Tarcísio de Paula Pinto, 50, especialista em reciclagem de entulho.
Para jogar fora o mínimo de sobras, concreto, argamassa e lajotas podem ser reaproveitados em contrapisos e na alvenaria: cacos de cerâmicas viram mosaicos e sobras de madeira acabam em bancos de jardim e na sala.
As construtoras já reciclam as sobras no canteiro, mas produzir novos agregados com o que é jogado fora é mais difícil para quem faz uma obra em casa. "É mais complicado reutilizar materiais porque tudo depende da organização do canteiro e da orientação dos pedreiros", comenta Grigoli.
Ele recomenda não jogar fora o reboco que cai no chão ("se adicionar mais cimento, ele pode ser usado novamente") nem o material de paredes destruídas.

Decoração
"Não há problemas em reutilizar os resíduos minerais", explica o engenheiro Salomon Levy, 53. "Mas o concreto reciclado tem resistência menor, por isso requer mais cuidado na escolha de seu uso e no acompanhamento técnico da reciclagem."
Quem vai reutilizar entulho precisa ter cuidado no armazenamento. Pregos, madeira e gesso devem ficar longe dos resíduos. "O gesso não pode ser misturado porque expande com a umidade e, em contato com a água, forma ácido sulfúrico, que corrói a estrutura", ensina Grigoli.
As sobras podem até colaborar na decoração. O engenheiro Carlos Roberto Silveira, 52, afirma que costuma usar pedaços de peças quebradas de cerâmica para fazer mosaicos em pisos.
Já a arquiteta Flávia Ralston guarda toda a madeira que sobra e a transforma em bancos, cercas e caminhos para jardim (feitos com fatias de madeira roliça).
"Na minha casa sobrou uma viga de maçaranduba, que transformei em um banco e um balcão para o bar", conta.
(BRUNA MARTINS FONTES)


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