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REFORMA
Materiais como cerâmica, concreto e madeira usados se transformam em paredes, contrapisos e peças decorativas
Reciclado, entulho fica no interior da casa
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Nem tudo que sobra no canteiro tem como destino a caçamba.
Aproveitar os materiais usados na
obra diminui a geração de entulho e aumenta a economia, tanto
na compra de material como no
gasto com o aluguel da caçamba.
Para o engenheiro Ademir Scobin Grigoli, 45, especialista em reciclagem de entulho, as obras devem ser gerenciadas "para gerar o
mínimo de resíduo". Sobretudo
as pequenas construções, que são
as que mais produzem sobras.
"Os pequenos consumidores
são responsáveis por cerca de
60% a 70% dos resíduos depositados nas cidades", diz o arquiteto
Tarcísio de Paula Pinto, 50, especialista em reciclagem de entulho.
Para jogar fora o mínimo de sobras, concreto, argamassa e lajotas podem ser reaproveitados em
contrapisos e na alvenaria: cacos
de cerâmicas viram mosaicos e
sobras de madeira acabam em
bancos de jardim e na sala.
As construtoras já reciclam as
sobras no canteiro, mas produzir
novos agregados com o que é jogado fora é mais difícil para quem
faz uma obra em casa. "É mais
complicado reutilizar materiais
porque tudo depende da organização do canteiro e da orientação
dos pedreiros", comenta Grigoli.
Ele recomenda não jogar fora o
reboco que cai no chão ("se adicionar mais cimento, ele pode ser
usado novamente") nem o material de paredes destruídas.
Decoração
"Não há problemas em reutilizar os resíduos minerais", explica
o engenheiro Salomon Levy, 53.
"Mas o concreto reciclado tem
resistência menor, por isso requer
mais cuidado na escolha de seu
uso e no acompanhamento técnico da reciclagem."
Quem vai reutilizar entulho precisa ter cuidado no armazenamento. Pregos, madeira e gesso
devem ficar longe dos resíduos.
"O gesso não pode ser misturado
porque expande com a umidade
e, em contato com a água, forma
ácido sulfúrico, que corrói a estrutura", ensina Grigoli.
As sobras podem até colaborar
na decoração. O engenheiro Carlos Roberto Silveira, 52, afirma
que costuma usar pedaços de peças quebradas de cerâmica para
fazer mosaicos em pisos.
Já a arquiteta Flávia Ralston
guarda toda a madeira que sobra
e a transforma em bancos, cercas
e caminhos para jardim (feitos
com fatias de madeira roliça).
"Na minha casa sobrou uma viga de maçaranduba, que transformei em um banco e um balcão para o bar", conta.
(BRUNA MARTINS FONTES)
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