São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2008

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Saldão "barateia" qualidade de materiais

Antes de comprar pisos e azulejos em promoção, leia a embalagem para verificar se são de padrão inferior

Marcelo Justo/Folha Imagem
Sandra Coelho escolhe pisos em "home center"

ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quem constrói ou reforma a casa busca promoções para aliviar o bolso na etapa que costuma ser a mais custosa do processo -a de acabamento.
Mas, para a economia não terminar em dor de cabeça, é preciso, antes da compra, ler atentamente as informações da embalagem do revestimento.
Em geral, saldões sinalizam que as peças podem apresentar defeito de fabricação quando assentadas ou que não atendem às normas de qualidade.
Na embalagem deve estar especificado o grau de conformidade do material com normas técnicas: os fabricantes adotam classificações de letras ou de números que indicam a qualidade das peças do lote.
Se o revestimento é A ou 1, ele atende a todos os quesitos de qualidade determinadas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Se é B (ou 2) ou C (ou 3), chega a custar de 20% a 50% menos, mas deixa de atender a um ou mais quesitos -possui defeitos como variações no tamanho, na cor, na espessura ou resistência das peças.

Desconhecimento
Fabricantes e vendedores afirmam que o consumidor não sabe as informações básicas contidas nas embalagens, e que o preço ainda é o principal fator de decisão de compra.
O gerente de produtos da C&C Carlos Spigariol conta que nunca foi questionado pelo comprador sobre designações nas embalagens. "As pessoas desconhecem até que um revestimento de parede não pode ser usado no piso e insistem em levá-lo mesmo assim", relata.
Não checar as informações faz com que o consumidor perca a razão ao reclamar com o lojista ou o fabricante.
O advogado Bruno Conti, que reforma imóveis para revender, diz que sempre comprou revestimentos e nunca soube que continham informações técnicas na embalagem. "Vou passar a questionar mais o vendedor."
Já a publicitária Rosângela Ribis afirma saber que os revestimentos são classificados pela resistência. "O único dado técnico que conheço é que o revestimento P5 [mais resistente à compressão] é o melhor. Ele pode ser usados em lugares de muito tráfego", comenta.

Reclamações
O Procon-SP antecipou à Folha dados relativos a reclamações recebidas sobre materiais de construção no primeiro semestre deste ano. Foram 82 queixas, 72% delas (59) referentes a itens de acabamento.
Os principais problemas são produto entregue com danos ou defeitos, demora na entrega do item e a não-entrega dele.
Segundo a assistente técnica do Procon-SP Valéria Cunha, o Código de Defesa do Consumidor garante a troca de produto com vício de fabricação, desde que não mencionado claramente na embalagem.


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