São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2004

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DECORAÇÃO

Na lavanderia, porta-sucos armazenam amaciante; na sala de estar, "dry wall" ganha revestimento rústico

Soluções trazem praticidade e novos ares

FREE-LANCE PARA A FOLHA

"Lavanderia não é hospital", protesta a designer de interiores Viviane Magri Dinamarco, 38, uma das estreantes da Casa Cor 2004. Como reflete sua afirmação, brincar com a concepção dos ambientes foi outra tônica dos profissionais que participam pela primeira vez da mostra.
Em sua lavanderia há espaço para toques descontraídos, como as esculturas "Namoradeiras", dispostas em janelas do tipo baia, que "dão um ar de interior", o baleiro que abriga produtos em pó para limpeza e os porta-sucos que armazenam o amaciante.
Os painéis de buriti do artesão piauiense Abraão Cavalcanti também se destacam na "paisagem". Uma dica da decoradora é sobrepor o tanque a uma bancada. "Assim, o balde que estiver sendo usado ficará na altura certa de quem estiver trabalhando", diz.
O piso é uma colagem de mármores de Carrara, travertino e nacional especial. "A iluminação é indireta, com luminárias em canaletas que correm o ambiente."

"É tudo mentira"
Vale a pena destacar ainda a sala de estar criada pelo arquiteto Marcelo Rosembaum. Ele experimenta sua segunda presença na Casa Cor (participou dela em 2003) com uma atmosfera cheia de personalidade.
O espaço é ousado. O tratamento das paredes deixa o "dry wall" (gesso acartonado) ao natural, mas elas recebem, vez ou outra, pinceladas de branco e desenhos infantis, conferindo um ar rústico ao revestimento.
Completam o cenário prateleiras recheadas de livros e "art toys" (brinquedos e bonecos para adultos feitos por designers e artistas plásticos), uma TV de plasma, a nova luminária da La Lampe pendurada ao lado do sofá e almofadas estampadas com frases como "É tudo mentira". "É um espaço simples, sincero e real, em que a alma assume o papel decorativo", afirma Rosembaum.

Quarto pop
A Casa de Boneca marca a estréia da decoradora de interiores uruguaia Emilia Garcia, 54. No espaço, o cheiro de "tutti-frutti" revela um "ar contemporâneo, com tendências orientais, representadas pelos círculos, como as janelas, e com referências da vida pop, como a tela de plasma e o computador". Os círculos também estão na luminária de papel de arroz e nos móbiles assinados pelos irmãos Campana.
Entre as boas soluções que a designer deu ao espaço estão a resistente pintura tipo "gofrato" (fórmica líquida) da bancada, a pintura à mão dos tecidos dos pufes e do futon e o uso do acrílico na frente das caixas, o que permite ver o que elas contêm.
Já os arquitetos Carlos Henrique Oliveira Nascimento, 45, e Renato Vieira de Almeida Barbosa, 45, trouxeram de Sumaré (120 km a noroeste de São Paulo) a suntuosidade do estilo clássico com um toque de modernidade.
A dupla optou pelo veludo molhado francês na porção inferior das paredes da sala e copa de hóspedes, finalizado por um rodameio branco de poliuretano. Na parte superior da parede, foi usada uma textura Marmo- ratto (Suvinil) e um estêncil assinado pelas artistas plásticas Ana Lucia Galgani e Cida Dotori.
O ambiente tem ainda móveis de madeira, como a mesa italiana Tovaglia, esculpida em uma peça única por artesãos vênetos (nativos da atual região da Bretanha, na França), peças de mármore e outros móveis do Empório La Poltrona, de Vinhedo (79 km a noroeste de São Paulo).
(NATHALIA BARBOZA)


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