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São Paulo, domingo, 20 de abril de 2003

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PORTAS

Lâminas de material leve podem ser recheadas com placa de aço, o que deixaria o modelo à prova de balas e de invasões

Fachada dispensa o jeitão de caixa-forte

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Além de bonita, uma porta deve cumprir bem a missão de manter as visitas indesejadas do lado de fora. De olho nessas duas premissas, especialistas afirmam que há no mercado soluções para reforçar a entrada da casa sem deixar a fachada com cara de caixa-forte.
"A porta não precisa ser maciça para ser robusta", afirma o arquiteto Nelson Lojo. Há modelos em diversos materiais que podem receber o reforço de uma chapa de aço como "recheio".
"O que determina a espessura do aço é o calibre da arma contra a qual a pessoa quer se proteger", explica Paulo Fernando Negrão Marques, 52, proprietário da Bunker Blindagem Residencial.
Qualquer porta pode receber tratamento para ficar à prova de balas e de invasões, mesmo as que possuem detalhes de vidro (que, nessas situações, costumam ser blindados). Reforçadas por dentro, por fora elas podem aparentar um aspecto leve.
"Ninguém percebe que foi blindada", completa Marques.
Roy Guglovici, 43, diretor de engenharia da Vault-Digital, ressalta que o revestimento à prova de balas não é garantia contra invasões. "Para evitá-las, é preciso ter estrutura metálica antiarrombamento, com travamento em diversos pontos, não só na fechadura."

Fechaduras e batentes
Os fabricantes fazem a blindagem e a proteção antiarrombamento de acordo com o projeto e o revestimento proposto, um serviço que pode durar de um dia a um mês e geralmente tem preços entre R$ 3.000 e R$ 6.000.
"Não se pode esquecer de ter fechaduras, batentes e dobradiças reforçados", lembra Luiz Vasconcellos, diretor da Markom.
Os fabricantes recomendam esses tipos de reforço apenas nos casos em que a porta é o foco principal da segurança da casa.
Mas nem sempre a tônica é a de concentrar na porta de entrada todo o arsenal antibanditismo.
"Em casas com quintal ou recuo, 90% dos clientes personalizam a porta de entrada, porque há outra porta anterior com função de segurança", comenta a arquiteta Maria Fernanda Sanchez.
Para a designer de interiores Cilene Monteiro Lupi, quem mora em condomínios e locais onde há mais segurança "se sente mais à vontade para fazer portas em vidro", por exemplo.

Madeira
Já as que dão diretamente para a rua costumam ser mais robustas, segundo arquitetos. E, nesse quesito, muitos optam por trabalhos em madeira maciça.
Mas quem não quer se submeter a uma saraivada de repreensões pelo uso de madeiras extintas ou ameaçadas tem a opção de recorrer a materiais de demolição e encontrar modelos em jacarandá, caviona e pau-brasil.
As antigas portas em pinho-de-riga estão em alta. "Por ser uma madeira clara, confere um aspecto moderno", avalia a arquiteta Isabela Giobbi, 33.
Tudo isso sem exageros. "Os modelos devem obedecer à proporção do espaço", afirma Oscar Mikail, 48, arquiteto de interiores.
Quem pretende arrematar um exemplar em lojas de material de demolição deve lembrar que a escolha da porta precede o projeto. Isso não só possibilita sua boa adequação à casa como poupa o trabalho e o gasto de abrir uma parede já terminada.
(BRUNA MARTINS FONTES)


Bunker Blindagem Residencial: 0/ xx/11/5183-2500; Maria Lucia Maluf Domingos: 0/xx/11/3045-0718; Markom: markom@markom.com.br; Vault-Digital: 0/xx/11/4154-1622


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