São Paulo, domingo, 20 de agosto de 2006

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Chova ou faça sol

Renato Stockler/ Folha Imagem
O artista plástico Pedro Dória investiu na beleza e na praticidade da tenda ao cobrir seu ateliê


Tenda tensionada de poliéster tem apelo estético, mas custa o triplo de um toldo de lona

DÉBORA FANTINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Antes restritas à cobertura de grandes vãos, como estádios de futebol, as tendas tensionadas passaram a ser usadas em projetos de menor porte. Hoje, protegem terraços, quadras e outras áreas residenciais de sol, chuva e vento e chegam a tomar o lugar do telhado da casa.
O pioneiro dessa tecnologia foi o arquiteto alemão Frei Otto, que, nos anos 70, cobriu o Estádio Olímpico de Munique com um tecido esticado, como os usados na Copa de 2006.
A tenda tensionada doméstica é uma membrana geralmente feita de fibra de poliéster revestida de PVC, esticada por cabos de aço e presa a paredes, pilares ou um mastro central.
Em casas de praia, pode ser feita de um laminado de algodão sintético envolto em acrílico, material mais resistente à maresia.
A leveza da estrutura abriga cálculos intrincados, simulados por computador. A membrana deve ser ancorada em quatro pontos dispostos alternadamente em altos e baixos. "Assim, o tecido toma forma mais naturalmente", diz Ruy Pauletti, coordenador da pós-graduação em engenharia de estruturas da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

Só no orçamento
Mas a atratividade desse tipo sofisticado de estrutura, pautada na rima de beleza com leveza, é restrita em residências pela "riqueza" de seu custo, nada poético para o bolso -o triplo do preço de um toldo de lona.
Segundo o engenheiro Danilo Moreira, da fabricante Formatto, dos pedidos de orçamento recebidos pela empresa, 80% são para projetos residenciais, com preços que variam de R$ 5.000 a R$ 25 mil. Mas, "devido ao valor, ficam só no orçamento mesmo", lamenta.
A criatividade é outra variável importante na equação desses projetos, pontua o engenheiro Nelson Fiedler, da Fiedler Design e Engenharia.
No ramo das tenso-estruturas há mais de duas décadas, Fiedler as utiliza em pequenos espaços há três anos. Inspira-se em folhas e asas de insetos para criar tendas que protegem o espaço, mas "respiram, dando a sensação de estar ao ar livre".


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