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Madeira da lei
Nem sempre vendedores diferenciam madeira legal, que é obrigatória, de certificada
Marcelo Justo/Folha Imagem
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Márcia Mikai usou madeira certificada na bancada da cozinha
CRISTIANE CAPUCHINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar do aumento da demanda por madeiras legais e
certificadas no mercado da
construção, o consumidor ainda tem problemas para diferenciar umas de outras.
A legalidade da madeira é
atestada pelo DOF (Documento de Origem Florestal). O papel, emitido pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis) e que autentica a
origem do material, é obrigatório para toda madeira à venda.
Desde o início do mês, a Caixa Econômica Federal exige o
uso de madeira legal para conceder financiamentos a obras
de construtoras.
A medida ecoa na decisão do
Governo do Estado de São Paulo, que, a partir de junho, só
comprará madeira de distribuidores cadastrados em um programa que facilita a fiscalização, o CADMadeira.
Mas o DOF não é suficiente
para assegurar a legalidade em
todo o processo de produção.
"Só por ele não dá para saber
se a madeira vem de manejo
[extração ambientalmente correta], pode ser de um desmatamento legal e predatório", alerta Leonardo Sobral, do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola).
Duas certificações asseguram no país a sustentabilidade
do ciclo da madeira: FSC Brasil
(Conselho de Manejo Florestal,
sigla em inglês), de origem
americana, e Cerflor (Programa de Certificação Florestal),
do Inmetro (Instituto Nacional
de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial).
São "garantia para o consumidor final sobre coleta, relações de trabalho, transporte e
impostos", diz Mauro Armelin,
coordenador de Políticas Públicas da ONG WWF-Brasil.
Mas, no ponto-de-venda, há
dificuldade para identificar o
que é legal e o que é certificado.
"Faltam divulgação dos certificados e conscientização de
seu significado", fala Lilian Sarrouf, diretora do CBCS (Conselho Brasileiro de Construção
Sustentável). "É necessário
empenho dos fabricantes junto
a revendedores."
Produtos com selos do FSC e
do Cerflor se multiplicam no
mercado e os preços deixaram
de ser obstáculo -alguns itens,
como painéis de teca e de eucalipto, custam o mesmo que os
não-certificados; outros chegam a valer 65% mais.
O FSC disponibiliza uma lista de fornecedores no endereço
www.fsc.org.br/arquivos/completo_PV.pdf.
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