São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2009

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Madeira da lei

Nem sempre vendedores diferenciam madeira legal, que é obrigatória, de certificada

Marcelo Justo/Folha Imagem
Márcia Mikai usou madeira certificada na bancada da cozinha

CRISTIANE CAPUCHINHO

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar do aumento da demanda por madeiras legais e certificadas no mercado da construção, o consumidor ainda tem problemas para diferenciar umas de outras.
A legalidade da madeira é atestada pelo DOF (Documento de Origem Florestal). O papel, emitido pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e que autentica a origem do material, é obrigatório para toda madeira à venda.
Desde o início do mês, a Caixa Econômica Federal exige o uso de madeira legal para conceder financiamentos a obras de construtoras.
A medida ecoa na decisão do Governo do Estado de São Paulo, que, a partir de junho, só comprará madeira de distribuidores cadastrados em um programa que facilita a fiscalização, o CADMadeira.
Mas o DOF não é suficiente para assegurar a legalidade em todo o processo de produção.
"Só por ele não dá para saber se a madeira vem de manejo [extração ambientalmente correta], pode ser de um desmatamento legal e predatório", alerta Leonardo Sobral, do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola).
Duas certificações asseguram no país a sustentabilidade do ciclo da madeira: FSC Brasil (Conselho de Manejo Florestal, sigla em inglês), de origem americana, e Cerflor (Programa de Certificação Florestal), do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).
São "garantia para o consumidor final sobre coleta, relações de trabalho, transporte e impostos", diz Mauro Armelin, coordenador de Políticas Públicas da ONG WWF-Brasil.
Mas, no ponto-de-venda, há dificuldade para identificar o que é legal e o que é certificado.
"Faltam divulgação dos certificados e conscientização de seu significado", fala Lilian Sarrouf, diretora do CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável). "É necessário empenho dos fabricantes junto a revendedores."
Produtos com selos do FSC e do Cerflor se multiplicam no mercado e os preços deixaram de ser obstáculo -alguns itens, como painéis de teca e de eucalipto, custam o mesmo que os não-certificados; outros chegam a valer 65% mais.
O FSC disponibiliza uma lista de fornecedores no endereço www.fsc.org.br/arquivos/completo_PV.pdf.


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