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São Paulo, domingo, 25 de maio de 2003

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HORA DA ESCOLHA

Apesar de os fabricantes alertarem para questões acústicas e térmicas, estética determina que revestimento a parede irá receber

Morador prefere beleza a funcionalidade

FERNANDA MEDEIROS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Se está tudo bem com a estrutura, é chegada a hora de escolher o revestimento. Nada muito complicado, como foi acompanhar os cálculos do engenheiro, prever pontos de luz e decidir projetos.
O momento agora é de puro deleite, de parar em frente à parede e imaginar sua veste.
Embora os fabricantes alertem para questões acústicas e térmicas, a escolha é decidida mesmo pela estética. Orçamento também conta, ou melhor, limita, mas a variedade de um mesmo material é grande, inclusive no preço.
Basta ver o exemplo do mármore. O valor do metro quadrado varia de R$ 80 a R$ 8.000. O mesmo acontece com espelhos, azulejos e pastilhas de vidro. "Existem opções bem baratas", anima-se a arquiteta Luciana Pastore.
A questão é escolher apropriadamente e saber combinar. Depois da febre das texturas, as tendências recaem sobre o aço inoxidável, espelhos e painéis de fibra de vidro. Isso sem falar do cimento, que se mantém firme nos mais diversos tipos de decoração.
"São modismos", resume o engenheiro Salvador Benevides, consultor em tecnologia da construção. De acordo com ele, os revestimentos frios ou quentes servem para decorar e não podem ser responsáveis por evitar trincas e pelo vazamento de som. "Uma tomada de costas para a outra ou espaço sob as portas acaba com o isolamento de qualquer parede."

Questão de estilo
Diferentemente do que ocorria no passado, não existe mais a divisão "revestimentos frios para áreas frias" -como banheiros e cozinhas- e "materiais quentes para ambientes acolhedores" -quartos, salas e "home offices". "É comum ver porcelanato nas paredes dos dormitórios e cozinhas com resina", diz Pastore.
Segundo os profissionais, o que manda é o estilo. Em casas "moderninhas", pode-se optar por vidros, painéis de acrílico, alumínio que imita aço inoxidável e paredes revestidas de fotografias adesivas. Isso se opõe às clássicas, nas quais predominam couro, madeira e mármore.
As mais rústicas ganham a instalação de palha (vendida como papel de parede) e algumas pedras em pequenos filetes.
Se não há um estilo predominante, vale a sugestão por faixa etária. Para quartos de bebê, ficam bem paredes de resina branca, lambri ou papel. Painéis lúdicos com fotos ou bolas de gude são opções para crianças maiores.
Na sala, vão bem vidros, camurças, couro e detalhes em granito e mármore. Na cozinha e no banheiro, as opções são vidro, fórmica, aço inoxidável e epóxi.
Durável e prático, o epóxi precisa ser aplicado sobre uma superfície bem regularizada, para não acentuar relevo ou falha na parede. "Mas azulejos brancos continuam entre as melhores opções, além de serem baratos", avalia a arquiteta Simone Mantovani, 40.
Para economizar no espaço na hora da reforma, a parede pode virar o próprio revestimento. "Aproveito as costas dos armários", revela a arquiteta Cilene Monteiro Lupi, 40. "E coloco outra camada de madeira ou pintura, recursos que não prejudicam o móvel", completa Lupi.
Já no apartamento do empresário Job Proença, 39, as paredes foram revestidas com vidro e fórmica. "A transparência reforça a idéia de integração dos lofts", acrescenta Marco Domini, arquiteto responsável pela obra.


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