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São Paulo, domingo, 27 de julho de 2003

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REFORMA EXPRESSA

Mudanças imprevistas na estrutura interna do imóvel deixam de ser tão traumáticas com uso de materiais como o "dry wall"

Parede seca simplifica e torna obra limpa

ANDREA MIRAMONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Negócios, construção, casa, família. Tudo exige planejamento. Mas, muitas vezes, a situação concreta foge do roteiro traçado inicialmente e aí é preciso ajustar a casa à nova realidade. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o advogado R. M., 37, que teve mais uma filha e precisou construir um cômodo adicional.
"Tentamos colocar a recém-nascida com a irmã, também bebê. Mas uma não deixava a outra dormir, e o jeito foi reformar."
A boa notícia é que obras de ampliação estão mais fáceis.
"Sistemas de construção a seco, como o "dry wall" [placas de gesso acartonado que formam paredes fixadas em perfis metálicos], são instalados ou retirados na hora, sem sujeira, e a divisão fica pronta no mesmo dia", conta o engenheiro civil Marco Addor, 37, consultor especialista em paredes.
De acordo com ele, as placas custam de R$ 30 a R$ 60 por m2, enquanto alvenaria com revestimento convencional sai por volta de R$ 30 a R$ 40 por m2.

Acústica
A comparação entre os dois sistemas é polêmica, principalmente na questão acústica. "Para que o gesso acartonado se comporte bem e não se ouça nada do ou- tro lado, é preciso colocar lã mineral no centro. Aí, a divisória até supera a alvenaria na questão acústica", compara o engenheiro José Roberto Peres, 51.
Mas um dos fabricantes do "dry wall" contesta. "Enquanto a alvenaria suporta 33 decibéis, o gesso acartonado simples segura até 37 decibéis", argumenta Wilson Antônio Barbosa, 54, coordenador técnico-comercial da Placo.
Outro material de montagem rápida com perfis metálicos e que, quando acabado, assemelha-se a alvenaria, é a placa cimentícia. O preço varia de R$ 20 a R$ 50 o m2.
Uma das vantagens é a pouca espessura (a partir de 4 mm). No apartamento de uma cliente, a arquiteta Aparecida Alvez, 53, dividiu a sala com esse tipo de parede. "Os poucos centímetros ganhos já fizeram diferença", diz.

Transparência
Usar material translúcido em divisórias é uma forma de garantir luminosidade e dar amplitude.
O recurso foi usado em um dos projetos da arquiteta Maria Fernanda Sanchez. "O cliente queria aumentar a cozinha e continuar com divisão, mas não diminuir demais a sala. Então demolimos a parede e construímos outra em curva, feita com blocos de vidro."
O único empecilho dos blocos de vidro é o preço. Segundo o engenheiro Peres, uma parede custa entre R$ 400 e R$ 500 por m2.
Outra opção é o policarbonato. "O vidro fica mais transparente e não risca com tanta facilidade. Mas, se o projeto exigir curvas, a melhor saída é o policarbonato, cuja lâmina plana pode ser envergada na obra. O vidro em curva é feito por encomenda e sai caro", conta o arquiteto Beto Madureira.
Segundo o engenheiro Alexandre Rodrigues, 33, da Saint-Gobain, para ser usado como divisória, o vidro tem de ter 8 mm de espessura, no mínimo. "Como segurança, são indicados o aramado [contém tela metálica], o temperado [mais resistente] ou o laminado [com película plástica que retém cacos na quebra]."


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