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São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2003

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Tons neutros e de terra são os preferidos para revestimentos; cores queimadas devem substituir as mais vibrantes

Discrição se reveste de verde, prata e preto

Divulgação
Tecidos para decoração da Il Telaio, que aposta em tons de verde e avermelhados (laranja e terra)


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A sensação de refúgio proporcionada pelos tons de azul e de verde se completa com outros que lembram a terra. Para quem prefere cores mais vibrantes, amarelo queimado, laranja avermelhado e dourado envelhecido compõem uma linha mais oriental, segundo Melissa Guarnieri, da Suvinil.
"As cores estarão mais sujas, misturadas ao cinza e ao preto. As vibrantes dão lugar a tonalidades mais queimadas", afirma Bianca Tognollo, 25, especificadora decorativa da Coral.
Os tecidos também ganham aspecto mais natural. "Tentei, por três anos, seguir as tendências européias, mas elas não se realizaram por aqui, como o roxo", conta Zeco Beraldin, 46, proprietário do Empório Beraldin.
Em 2004, ele diz que vai basear a coleção em fibras naturais e tons neutros e de terra, privilegiando o verde, o marrom, o laranja, o vermelho, o preto e o branco. A Il Telaio mantém a coleção de 2003, com matizes de laranja e vermelhos. "Os mais discretos, não os vibrantes", afirma o sócio Giovanni Incremona, 47.
"Estamos migrando para os tons pastel", afirma Gilberto Barth, 46, diretor da Regatta Tecidos, que também confirma a opção por variantes de terra.

Internacional
Alguns fabricantes, como Cecrisa, Coral, Il Telaio, Lukscolor e Portobello, seguem tendências apontadas na Europa. Outros, como a Suvinil e a Empório Beraldin, tingem linhas inspiradas em tonalidades sul-americanas e brasileiras.
O CBC (Centro Brasileiro de Cores) lançou em setembro uma cartela com as tendências que valem para os próximos sete anos. A pesquisa abrange vários segmentos, como o automobilístico, o cerâmico e o de tintas, em diversos países latino-americanos.
Segundo a arquiteta Elisabeth Wey, presidente do CBC, os destaques vão para o prata, para o cinza-chumbo e para o preto.
"As novidades são os apastelados, como o lilás, o amarelo-palha e o rosa-claro. Outra cor que entra com força é um tom de marrom-café", aponta Wey, que vê o enfraquecimento do vermelho vivo, substituído pelo cereja.
Por outro lado, feiras internacionais, como a Cersaie (realizada em Bolonha, Itália, no setor cerâmico), e pesquisas que agrupam profissionais de todo o mundo (como a da ICI Paints) misturam ao gosto brasileiro matizes europeus e norte-americanos.
No geral, as duas paletas conversam entre si. Uma das unanimidades é o verde. "O verde-folha, mais escuro, o pistache e o verde-maçã estiveram fortes neste ano e se mantêm em 2004", indica Guarnieri.

Gosto local
Os tons discretos, preferidos do público brasileiro, também são consenso. "Os neutros, do branco ao cinza, passando por gelo e bege, são muito bem-vindos no revestimento cerâmico", define Lúcia Regina de Moura Pinheiro, 48, gerente corporativa de marketing da Cecrisa, que mostrará na feira Revestir (de 9 a 13 de março) suas novas linhas. "Ainda é segredo." Ela aposta em tons suaves, mais naturais e menos rústicos.
Já Ruth Fingerhut, 50, consultora de design da Portobello, aponta para uma vertente mais urbana -os marrons e o grafite devem dar o tom de seus lançamentos a serem mostrados na Revestir.
"Em banheiros e cozinhas, a predominância de tons de branco e de creme pode ser complementada com verde, cinza, caramelo e matizes alaranjados -do terra ao salmão." (BRUNA MARTINS FONTES)


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