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Validade na lata ganha tempo com armazenagem certa
Surgem no mercado tintas longa vida, desenvolvidas para durar um ano a mais que produtos tradicionais
DA REPORTAGEM LOCAL
Tintas podem ter vida útil
mais longa do que o informado
nos rótulos. A longevidade, porém, depende da armazenagem
correta e da conservação da
embalagem.
A Folha apurou que a durabilidade pode dobrar em relação ao prazo de validade que,
em média, é de três anos, para
tintas à base de solvente, e de
dois anos, para a versão látex, à
base de água.
O risco de contaminação da
água é um fator levado em conta na previsão de um ano a menos na vida útil das tintas feitas
à base desse líquido.
O prazo de validade é uma
garantia da indústria. Vencido
o período estipulado, os fabricantes devem recolher os produtos dos pontos de venda.
É comum que, no retorno à
fábrica, amostras de lotes sejam avaliadas e, caso o produto
se apresente próprio para uso,
ele seja revalidado e colocado
de volta na prateleira, como informa o departamento de marketing da fabricante Renner.
Uma grande vilã da deterioração das tintas costuma ser a
embalagem. Se, durante o
transporte ou a armazenagem,
ela for danificada -se amassar
ou enferrujar, por exemplo-, a
qualidade do produto ficará
comprometida.
O ideal é que o produto fique
em local ventilado -principalmente aqueles à base de solvente- e protegido do calor e
da umidade.
Mesmo antes do vencimento, a tinta pode estragar. Cheiro
de mofo, ressecamento e sedimentação são indícios de que
está imprópria para uso.
Melhorar o acondicionamento foi um dos focos da Suvinil para produzir tintas com
validade maior. Em setembro,
a marca lançou produtos com
um ano extra de vida útil.
Os prazos foram estendidos
para quatro anos (tintas à base
de solvente) e para três anos (à
base de água).
Fórmula secreta
A nova fórmula química secreta -o fabricante não informa quais mudanças foram feitas na "receita" anterior- não é
mais nociva à saúde que as tradicionais, afirma Wilson Souza,
42, gerente do laboratório de
desenvolvimento e serviços ao
mercado de tintas imobiliárias
da Basf, empresa que responde
pela marca Suvinil.
"Durabilidade e toxicidade
não têm relação direta", corrobora o químico Jorge Fazenda,
70, consultor técnico da Abrafati (Associação Brasileira dos
Fabricantes de Tintas).
As tintas longa vida representam um avanço ecológico
porque diminuem o desperdício na cadeia do produto, comemora o presidente da Artesp
(Associação dos Revendedores
de Tintas do Estado de São
Paulo), Luís Ferrari, 41.
Segundo ele, a longevidade
beneficia principalmente revendedores e consumidores
que adquirem grandes quantidades de produto.
É o caso de Paulo Serrati, 46,
dono de uma firma de pintura,
limpeza e conservação. "Com o
prazo maior, posso administrar
melhor meus estoques."
(DF)
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