São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2006

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Validade na lata ganha tempo com armazenagem certa

Surgem no mercado tintas longa vida, desenvolvidas para durar um ano a mais que produtos tradicionais

DA REPORTAGEM LOCAL

Tintas podem ter vida útil mais longa do que o informado nos rótulos. A longevidade, porém, depende da armazenagem correta e da conservação da embalagem.
A Folha apurou que a durabilidade pode dobrar em relação ao prazo de validade que, em média, é de três anos, para tintas à base de solvente, e de dois anos, para a versão látex, à base de água.
O risco de contaminação da água é um fator levado em conta na previsão de um ano a menos na vida útil das tintas feitas à base desse líquido.
O prazo de validade é uma garantia da indústria. Vencido o período estipulado, os fabricantes devem recolher os produtos dos pontos de venda.
É comum que, no retorno à fábrica, amostras de lotes sejam avaliadas e, caso o produto se apresente próprio para uso, ele seja revalidado e colocado de volta na prateleira, como informa o departamento de marketing da fabricante Renner.
Uma grande vilã da deterioração das tintas costuma ser a embalagem. Se, durante o transporte ou a armazenagem, ela for danificada -se amassar ou enferrujar, por exemplo-, a qualidade do produto ficará comprometida.
O ideal é que o produto fique em local ventilado -principalmente aqueles à base de solvente- e protegido do calor e da umidade.
Mesmo antes do vencimento, a tinta pode estragar. Cheiro de mofo, ressecamento e sedimentação são indícios de que está imprópria para uso.
Melhorar o acondicionamento foi um dos focos da Suvinil para produzir tintas com validade maior. Em setembro, a marca lançou produtos com um ano extra de vida útil.
Os prazos foram estendidos para quatro anos (tintas à base de solvente) e para três anos (à base de água).

Fórmula secreta
A nova fórmula química secreta -o fabricante não informa quais mudanças foram feitas na "receita" anterior- não é mais nociva à saúde que as tradicionais, afirma Wilson Souza, 42, gerente do laboratório de desenvolvimento e serviços ao mercado de tintas imobiliárias da Basf, empresa que responde pela marca Suvinil.
"Durabilidade e toxicidade não têm relação direta", corrobora o químico Jorge Fazenda, 70, consultor técnico da Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas).
As tintas longa vida representam um avanço ecológico porque diminuem o desperdício na cadeia do produto, comemora o presidente da Artesp (Associação dos Revendedores de Tintas do Estado de São Paulo), Luís Ferrari, 41.
Segundo ele, a longevidade beneficia principalmente revendedores e consumidores que adquirem grandes quantidades de produto.
É o caso de Paulo Serrati, 46, dono de uma firma de pintura, limpeza e conservação. "Com o prazo maior, posso administrar melhor meus estoques." (DF)

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