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Brasil traz a 1ª Olimpíada para a América do Sul e vê desafio de não repetir Pan-2007
Andre Penner- 2. out. 09/Associated Press
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Moradores do Rio comemoram na praia de Copacabana a escolha da cidade, na sexta-feira, como sede dos Jogos Olímpicos de 2016
DE COPENHAGUE
Acabou com ares de conquista de Copa do Mundo a empreitada brasileira para sediar uma
Olimpíada. A escolha do Rio para 2016 parece ter sido o carimbo no passaporte do Brasil para
a zona de influência, a cereja
em um bolo fermentado por
bons resultados econômicos,
um presidente de carisma e a
bênção geológica do pré-sal.
Depois de encampar a campanha quase como questão pessoal, Lula chorou com a conquista, deixando escapar que
era, "talvez", a maior emoção
da sua vida. Os Jogos comovem,
mas Lula olhava para algo
maior do que a Olimpíada: o
aceite do país entre os grandes.
Para vencer as cidades concorrentes -Madri, Chicago e
Tóquio-, o país desenvolveu
uma estratégia clara. Profissionalizou a campanha, gastou
com marqueteiros e afinou o
coro para entoar uma apresentação vitoriosa. Recorreu à
emoção, escalou personagens
representativos do Brasil, como Pelé e Paulo Coelho, e se
amparou em um argumento
quase irrefutável, o de que a
América do Sul nunca tinha recebido um evento desse porte.
Levou. Agora serão sete anos
para cumprir um projeto ambicioso que pode mudar o Rio, se
as promessas forem cumpridas, as obras forem acabadas e
os números não inflarem a esmo como no Pan-2007, que
custou mais de oito vezes o previsto. Estima-se que o país tenha de gastar R$ 28 bilhões
com os Jogos.
A conquista também se deve
a Carlos Nuzman. À frente do
Comitê Olímpico Brasileiro e
da candidatura, Nuzman conhece os bastidores do COI e
dizia aos gritos que era a maior
vitória política do esporte brasileiro desde sempre. Falta agora investir na formação de atletas de ponta suficientes para
brilhar na Rio-2016. Afinal, vexame em casa é bem pior.
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