São Paulo, domingo, 04 de outubro de 2009

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Brasil traz a 1ª Olimpíada para a América do Sul e vê desafio de não repetir Pan-2007

Andre Penner- 2. out. 09/Associated Press
Moradores do Rio comemoram na praia de Copacabana a escolha da cidade, na sexta-feira, como sede dos Jogos Olímpicos de 2016

DE COPENHAGUE

Acabou com ares de conquista de Copa do Mundo a empreitada brasileira para sediar uma Olimpíada. A escolha do Rio para 2016 parece ter sido o carimbo no passaporte do Brasil para a zona de influência, a cereja em um bolo fermentado por bons resultados econômicos, um presidente de carisma e a bênção geológica do pré-sal.
Depois de encampar a campanha quase como questão pessoal, Lula chorou com a conquista, deixando escapar que era, "talvez", a maior emoção da sua vida. Os Jogos comovem, mas Lula olhava para algo maior do que a Olimpíada: o aceite do país entre os grandes.
Para vencer as cidades concorrentes -Madri, Chicago e Tóquio-, o país desenvolveu uma estratégia clara. Profissionalizou a campanha, gastou com marqueteiros e afinou o coro para entoar uma apresentação vitoriosa. Recorreu à emoção, escalou personagens representativos do Brasil, como Pelé e Paulo Coelho, e se amparou em um argumento quase irrefutável, o de que a América do Sul nunca tinha recebido um evento desse porte.
Levou. Agora serão sete anos para cumprir um projeto ambicioso que pode mudar o Rio, se as promessas forem cumpridas, as obras forem acabadas e os números não inflarem a esmo como no Pan-2007, que custou mais de oito vezes o previsto. Estima-se que o país tenha de gastar R$ 28 bilhões com os Jogos.
A conquista também se deve a Carlos Nuzman. À frente do Comitê Olímpico Brasileiro e da candidatura, Nuzman conhece os bastidores do COI e dizia aos gritos que era a maior vitória política do esporte brasileiro desde sempre. Falta agora investir na formação de atletas de ponta suficientes para brilhar na Rio-2016. Afinal, vexame em casa é bem pior.


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