São Paulo, domingo, 08 de novembro de 2009

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Incerteza ainda domina acordo sobre o clima

ROBERTO DIAS
EM BARCELONA

Cinco dias de negociação em Barcelona pouco ajudaram a aproximar a conferência do clima de Copenhague de um acordo substancial. Sem esse acerto prévio, o mais provável é que as negociações dos pontos mais importantes ocupem boa parte da reunião na capital dinamarquesa, de 7 a 18 de dezembro.
São dois os entraves principais a um acordo global.
O primeiro envolve a definição de quanto cada país deverá cortar de suas emissões de gases-estufa, responsáveis pelo aquecimento global. Segundo o estudo que é referência para o assunto, até 2020 os países desenvolvidos deveriam cortar de 25% a 40% de suas emissões em relação ao nível de 1990.
Já os grandes países em desenvolvimento, como o Brasil, deveriam baixar o ritmo do crescimento de suas emissões.
A dificuldade de acordo se dá porque essas limitações são vistas como possíveis entraves ao crescimento econômico.
Até agora poucos governos anunciaram metas de redução de poluição até 2020. A maioria tem escondido os números por julgar ser melhor estratégia de negociação. É o caso do Brasil, que sofre pressão da ONU e de outros países para que se comprometa com um número.
O segundo entrave diz respeito a quanto os países ricos darão aos pobres para financiar projetos que lhes permitam diminuir o ritmo das emissões.
A expectativa mais otimista sobre o resultado de Copenhague é que os países assumam um compromisso obrigatório, sobre o qual tenham que prestar contas à comunidade internacional. Mas nos últimos dias ganhou força a ideia de que será feito apenas um acordo político na conferência -de modo que a negociação sobre os pontos cruciais continuaria em 2010.


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