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Incerteza ainda domina acordo sobre o clima
ROBERTO DIAS
EM BARCELONA
Cinco dias de negociação em
Barcelona pouco ajudaram a
aproximar a conferência do clima de Copenhague de um acordo substancial. Sem esse acerto
prévio, o mais provável é que as
negociações dos pontos mais
importantes ocupem boa parte
da reunião na capital dinamarquesa, de 7 a 18 de dezembro.
São dois os entraves principais a um acordo global.
O primeiro envolve a definição de quanto cada país deverá
cortar de suas emissões de gases-estufa, responsáveis pelo
aquecimento global. Segundo o
estudo que é referência para o
assunto, até 2020 os países desenvolvidos deveriam cortar de
25% a 40% de suas emissões
em relação ao nível de 1990.
Já os grandes países em desenvolvimento, como o Brasil,
deveriam baixar o ritmo do
crescimento de suas emissões.
A dificuldade de acordo se dá
porque essas limitações são vistas como possíveis entraves ao
crescimento econômico.
Até agora poucos governos
anunciaram metas de redução
de poluição até 2020. A maioria
tem escondido os números por
julgar ser melhor estratégia de
negociação. É o caso do Brasil,
que sofre pressão da ONU e de
outros países para que se comprometa com um número.
O segundo entrave diz respeito a quanto os países ricos
darão aos pobres para financiar
projetos que lhes permitam diminuir o ritmo das emissões.
A expectativa mais otimista
sobre o resultado de Copenhague é que os países assumam
um compromisso obrigatório,
sobre o qual tenham que prestar contas à comunidade internacional. Mas nos últimos dias
ganhou força a ideia de que será
feito apenas um acordo político
na conferência -de modo que a
negociação sobre os pontos
cruciais continuaria em 2010.
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