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Governador do DF é preso acusado de tentar suborno
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No centro do escândalo de
corrupção do Distrito Federal,
o governador José Roberto Arruda foi detido e afastado de
suas funções na semana que
passou. Após ter um pedido de
liberdade negado pelo Supremo Tribunal Federal, Arruda,
ex-filiado do DEM, deve passar
o Carnaval numa sala de 40 m2
da Polícia Federal em Brasília.
É a primeira vez desde a redemocratização que um governador no exercício do cargo é
preso por crimes de corrupção.
A detenção vem na esteira da
Operação Caixa de Pandora,
deflagrada em novembro para
apurar formação de caixa dois
para a campanha que elegeu
Arruda, em 2006, além de coleta e distribuição de propina para o governador e aliados.
Apesar de Arruda ser suspeito de comandar o esquema, foi
a tentativa de cooptar uma testemunha que fez a Justiça declarar a prisão do governador.
Outras cinco pessoas, acusadas
de participar da negociação e
entrega de R$ 1 milhão à testemunha, também foram presas.
Arruda nega as acusações. Se
diz vítima de uma armação e
reclamou que, nem no mensalão do PT, "houve medidas
coercitivas dessa gravidade". O
vice Paulo Octávio (DEM),
também investigado e já alvo
de pedidos de impeachment,
assumiu o governo do DF.
Há dois meses o Distrito Federal é bombardeado com cenas de corrupção explícita.
Além do governador afastado,
filmado recebendo dinheiro,
deputados e empresários foram flagrados guardando notas
em meias, bolsos e até cuecas.
A crise mudou o cenário eleitoral do DF e atingiu a costura
da aliança nacional entre DEM
e PSDB para a eleição presidencial deste ano. Os tucanos
já tentam acordo com o principal adversário de Arruda, Joaquim Roriz, do PSC.
Apontado pelos aliados de
Arruda como o mentor do escândalo, Roriz não se pronunciou sobre a prisão. Na última
vez em que falou sobre a crise,
em dezembro, disse: "Arruda
foi meu secretário e hoje é o
maior bandido da cidade".
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