São Paulo, domingo, 14 de fevereiro de 2010

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Governador do DF é preso acusado de tentar suborno

FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No centro do escândalo de corrupção do Distrito Federal, o governador José Roberto Arruda foi detido e afastado de suas funções na semana que passou. Após ter um pedido de liberdade negado pelo Supremo Tribunal Federal, Arruda, ex-filiado do DEM, deve passar o Carnaval numa sala de 40 m2 da Polícia Federal em Brasília.
É a primeira vez desde a redemocratização que um governador no exercício do cargo é preso por crimes de corrupção.
A detenção vem na esteira da Operação Caixa de Pandora, deflagrada em novembro para apurar formação de caixa dois para a campanha que elegeu Arruda, em 2006, além de coleta e distribuição de propina para o governador e aliados.
Apesar de Arruda ser suspeito de comandar o esquema, foi a tentativa de cooptar uma testemunha que fez a Justiça declarar a prisão do governador. Outras cinco pessoas, acusadas de participar da negociação e entrega de R$ 1 milhão à testemunha, também foram presas.
Arruda nega as acusações. Se diz vítima de uma armação e reclamou que, nem no mensalão do PT, "houve medidas coercitivas dessa gravidade". O vice Paulo Octávio (DEM), também investigado e já alvo de pedidos de impeachment, assumiu o governo do DF.
Há dois meses o Distrito Federal é bombardeado com cenas de corrupção explícita. Além do governador afastado, filmado recebendo dinheiro, deputados e empresários foram flagrados guardando notas em meias, bolsos e até cuecas.
A crise mudou o cenário eleitoral do DF e atingiu a costura da aliança nacional entre DEM e PSDB para a eleição presidencial deste ano. Os tucanos já tentam acordo com o principal adversário de Arruda, Joaquim Roriz, do PSC.
Apontado pelos aliados de Arruda como o mentor do escândalo, Roriz não se pronunciou sobre a prisão. Na última vez em que falou sobre a crise, em dezembro, disse: "Arruda foi meu secretário e hoje é o maior bandido da cidade".


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