São Paulo, domingo, 18 de janeiro de 2009


Corte de vagas causa queda-de-braço entre empresários e sindicalistas

VERENA FORNETTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O corte de vagas por causa dos efeitos da crise internacional no Brasil provocou uma queda-de-braço entre empresários e sindicalistas. O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), Paulo Skaf, disse que as companhias terão que demitir se os trabalhadores não aceitarem acordos para flexilizar os empregos.
Há cerca de dez dias, a Força Sindical, que reúne 1.380 sindicatos e representa 7 milhões de trabalhadores, convidou a federação da indústria paulista para discutir alternativas às demissões. A central, que havia concordado com soluções como redução de jornada com respectiva diminuição de salário, interrompeu as negociações depois que grandes companhias afirmaram que não podem garantir manutenção dos empregos mesmo que os acordos de flexibilização sejam fechados.
As propostas para evitar as demissões racharam as centrais. A CUT (Central Única dos Trabalhadores), maior central sindical do país, com 3.438 entidades filiadas e 22 milhões de trabalhadores, não quis participar das reuniões entre a Força e a Fiesp. Artur Henrique, presidente da CUT, destacou que, caso sejam fechados modelos de flexilibilizações para que as empresas os reproduzam em cada fábrica -ideia inicialmente endossada pela Força- os trabalhadores já começariam perdendo na negociação.
Diante da queda-de-braço entre empresários e trabalhadores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou se reunir amanhã com as centrais. Os sindicalistas devem pedir ao presidente medidas para diminuir a carga tributária das empresas, mas com a contrapartida de garantia do emprego.
Enquanto dura o impasse, as empresas continuam a anunciar demissões. Nesta semana, a GM fez o primeiro grande corte de vagas do setor automotivo, com a dispensa de 744 funcionários temporários em São José dos Campos (SP). A Votorantim Metais deu férias coletivas a trabalhadores das unidades de Juiz de Fora e Morro Agudo-Paracatu (MG) e a siderúrgica ArcelorMittal Aços Longos fechou um acordo com o sindicato dos metalúrgicos da região para a suspensão dos contratos de trabalho de 1.300 funcionários.


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