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BC alega risco inflacionário e sobe juros após 3 anos
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Copom (Comitê de Política
Monetária do Banco Central)
decidiu elevar os juros básicos
da economia brasileira de
11,25% para 11,75% anuais. A
decisão, que surpreendeu boa
parte do mercado, saiu na quarta-feira. Segundo o Copom, a
alta visa reduzir o risco de um
"cenário inflacionário".
A última vez que o Copom
havia elevado os juros tinha sido em maio de 2005. Naquela
época, após um ciclo de altas
que se estendeu por nove meses, a taxa básica Selic chegou a
19,75% ao ano.
A taxa Selic serve de parâmetro para o mercado fixar os juros que, na vida prática, são
bem maiores. Dessa forma,
quando ela aumenta, a tendência é a de que os juros fiquem
mais altos para o consumidor.
Analistas financeiros acreditam que a taxa básica suba mais
em 2008, podendo encerrar o
ano em torno de 12,75%.
A baixa cotação do dólar é
também um reflexo das altas
taxas de juros praticadas no
país. Na semana passada, o dólar desceu a seu mais baixo valor desde maio de 1999. Na
quinta-feira, teve a sua menor
cotação, ao fechar a R$ 1,657.
Como os juros brasileiros estão entre os maiores do mundo,
investidores internacionais
têm vindo para o país em busca
de ganhos mais rápidos e fáceis.
Ao entrarem no mercado brasileiro, elevam a oferta de dólares
-o que derruba ainda mais a
cotação da moeda americana.
Segundo a Folha apurou, o
governo estuda elevar o IOF
(Imposto sobre Operações Financeiros) no ingresso de investimentos estrangeiros para
a compra de títulos da dívida
pública brasileira. Essa seria
uma medida para tentar compensar o efeito da recente alta
dos juros sobre o câmbio.
Os investidores estrangeiros
que desejam comprar títulos
da dívida pública têm de pagar,
desde março, 1,5% de IOF. O
percentual tende a subir significativamente se o real se mantiver valorizado em relação ao
dólar no patamar de R$ 1,60.
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