São Paulo, domingo, 20 de abril de 2008

BC alega risco inflacionário e sobe juros após 3 anos

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu elevar os juros básicos da economia brasileira de 11,25% para 11,75% anuais. A decisão, que surpreendeu boa parte do mercado, saiu na quarta-feira. Segundo o Copom, a alta visa reduzir o risco de um "cenário inflacionário".
A última vez que o Copom havia elevado os juros tinha sido em maio de 2005. Naquela época, após um ciclo de altas que se estendeu por nove meses, a taxa básica Selic chegou a 19,75% ao ano.
A taxa Selic serve de parâmetro para o mercado fixar os juros que, na vida prática, são bem maiores. Dessa forma, quando ela aumenta, a tendência é a de que os juros fiquem mais altos para o consumidor.
Analistas financeiros acreditam que a taxa básica suba mais em 2008, podendo encerrar o ano em torno de 12,75%.
A baixa cotação do dólar é também um reflexo das altas taxas de juros praticadas no país. Na semana passada, o dólar desceu a seu mais baixo valor desde maio de 1999. Na quinta-feira, teve a sua menor cotação, ao fechar a R$ 1,657.
Como os juros brasileiros estão entre os maiores do mundo, investidores internacionais têm vindo para o país em busca de ganhos mais rápidos e fáceis. Ao entrarem no mercado brasileiro, elevam a oferta de dólares -o que derruba ainda mais a cotação da moeda americana.
Segundo a Folha apurou, o governo estuda elevar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiros) no ingresso de investimentos estrangeiros para a compra de títulos da dívida pública brasileira. Essa seria uma medida para tentar compensar o efeito da recente alta dos juros sobre o câmbio.
Os investidores estrangeiros que desejam comprar títulos da dívida pública têm de pagar, desde março, 1,5% de IOF. O percentual tende a subir significativamente se o real se mantiver valorizado em relação ao dólar no patamar de R$ 1,60.


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