|
Próximo Texto | Índice
Disputa por tributos do petróleo alerta o Planalto
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A guerra dos royalties saiu
dos gabinetes do Congresso e
foi parar nas ruas do Rio. O percurso acionou o sinal de alerta
no governo Lula, receoso de
que a batalha pelos tributos na
exploração do petróleo prejudique a campanha presidencial
da ministra Dilma Rousseff.
Cerca de 80 mil pessoas foram às ruas cariocas na última
quarta -houve shows e ponto
facultativo para o funcionalismo público estadual- em protesto contra a votação na Câmara do projeto que cria o novo
marco regulatório do petróleo.
O argumento dos organizadores da passeata era o de que
os deputados tiraram dos Estados produtores, RJ e ES à frente, o direito de ficar com a
maior parte da receita dos royalties, algo garantido até aqui
pela Constituição. Nos cálculos
do governo do Rio, o Estado
perderia R$ 7,2 bilhões por ano.
A pressão inicial contra a decisão da Câmara partiu do discurso carregado de lágrimas do
governador Sérgio Cabral
(PMDB-RJ) e das ameaças do
Comitê Olímpico Brasileiro,
que viu risco para a organização
das Olimpíadas de 2016.
A equipe de Lula tenta um
acordo no Senado temendo os
efeitos eleitorais negativos. A
ordem é jogar para depois das
eleições a votação do tema. Para isso, terá de fechar um acordo com uma oposição em busca
de bandeiras para frear a subida de Dilma, confirmada pelas
pesquisas de intenção de voto.
Próximo Texto: Imagem da semana Índice
|