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Semana de perdas termina com plano de socorro
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os mercados encerraram semana dramática, de perdas generalizadas nos negócios com
ações, moedas, commodities e
títulos de dívidas, em que ficou
para traz a história independente de três instituições centenárias de Wall Street -a seguradora AIG e os bancos Lehman Brothers e Merrill Lynch.
Após ruírem três dos cinco
maiores bancos de investimento de Wall Street, o governo e o
Congresso dos EUA desistiram
de esperar uma autodepuração
dos bancos e viram na intervenção -com custo de até US$
1 trilhão do contribuinte- um
preço mais razoável para salvar
as finanças do país.
A semana começou com o pedido de concordata do Lehman
Brothers e a venda da Merrill
Lynch para o Bank of America.
Na terça, as atenções se voltaram para a possibilidade de
insolvência da seguradora AIG,
que fazia apólices de seguro de
crédito para a maioria dos bancos e financeiras dos EUA. A
quebra da seguradora traria
prejuízos imediatos a todo o
mercado. Fracassaram as negociações para capitalizá-la e o
governo americano teve de estatizá-la, com a injeção de US$
85 bilhões por uma fatia de
80% na empresa.
Nesse meio tempo, o Fed decepcionou ao não reduzir os juros americanos, atualmente em
2%, movimento visto como capaz de trazer algum oxigênio
para o combalido mercado.
O socorro a AIG trouxe algum alívio, mas não foi suficiente para acalmar os ânimos.
Na quarta, as desconfianças
apontavam para a possibilidade
de insolvência de Morgan Stanley e Goldman Sachs, os dois
únicos sobreviventes entre os
bancos de investimento em
Wall Street. Alvo de ataques especulativos, as ações dos dois
bancos chegaram a cair mais de
50%. A SEC (CVM dos Estados
Unidos) restringiu as apostas
contra ações de empresas em
dificuldades, apontada como
um dos fatores que levaram a
quebra do Lehman Brothers.
A melhora só veio na tarde de
quinta, com a perspectiva de o
governo promover uma verdadeira faxina nas carteiras dos
bancos e fundos de investimento com o resgate dos títulos
subprime (segunda linha) do
mercado imobiliário.
No Brasil, a Bovespa seguiu o
humor ditado por Nova York,
só que acentuado pela aversão
maior ao risco brasileiro -após
altos e baixos, terminou a semana com alta de 1,27%, enquanto em Nova York a baixa
foi de 0,29% no índice Dow Jones. No mercado de câmbio, o
dólar disparou, batendo em R$
1,93 e obrigando o BC a retomar
a política de vender contratos
de dólar futuro. Terminou a
sexta a R$ 1,831, com alta de
2,81% na semana.
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