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Morte de Eloá, 15, refém por cem horas, põe em xeque atuação policial
Robson Ventura/Folha Imagem
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A mãe de Eloá é amparada pelo filho no enterro da garota, acompanhado por milhares de pessoas
DA REPORTAGEM LOCAL
A morte de Eloá Cristina Pimentel, 15, naquele que foi
considerado o maior caso de
cárcere privado na história do
país e protagonizado pelo ex-namorado dela, o auxiliar de
produção Lindemberg Alves
Fernandes, 22, colocou em xeque os métodos de atuação do
Gate (Grupo de Ações Táticas
Especiais), tropa de elite da
Polícia Militar de São Paulo.
Especialistas criticaram,
primeiramente, o fato de uma
das reféns, Nayara Rodrigues
Silva, 15, ter voltado ao cativeiro, segundo ela, orientada pela
polícia, que afirma que a mãe
autorizou e que a garota descumpriu a orientação de não
entrar no apartamento -ela
deveria ter parado a uma distância "segura" da porta.
Para a ação penal que deverá
ser iniciada contra Lindemberg no dia 3 pouco importa,
mas para a melhoria da técnica
policial é de importância fundamental esclarecer se o rapaz
atirou contra Eloá e Nayara
antes ou depois da invasão dos
PMs do Gate ao apartamento.
Cinco PMs do Gate que invadiram o apartamento dizem
só ter entrado porque Lindemberg atirou e também porque
existia uma ordem do comando de negociação para a entrada em caso de disparo. O principal negociador do Gate no
episódio, capitão Adriano Giovanini, não falou em disparo e,
na quarta-feira, Nayara deu
seu testemunho: Lindemberg
atirou após a invasão dos PMs.
Outra dúvida: o barulho que
os PMs alegam ter sido um disparo dado por Lindemberg pode ter sido o estopim do cordel
de detonação dos explosivos
usados por eles próprios para
tentar derrubar a porta.
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