São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2008


Morte de Eloá, 15, refém por cem horas, põe em xeque atuação policial

Robson Ventura/Folha Imagem
A mãe de Eloá é amparada pelo filho no enterro da garota, acompanhado por milhares de pessoas

DA REPORTAGEM LOCAL

A morte de Eloá Cristina Pimentel, 15, naquele que foi considerado o maior caso de cárcere privado na história do país e protagonizado pelo ex-namorado dela, o auxiliar de produção Lindemberg Alves Fernandes, 22, colocou em xeque os métodos de atuação do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo.
Especialistas criticaram, primeiramente, o fato de uma das reféns, Nayara Rodrigues Silva, 15, ter voltado ao cativeiro, segundo ela, orientada pela polícia, que afirma que a mãe autorizou e que a garota descumpriu a orientação de não entrar no apartamento -ela deveria ter parado a uma distância "segura" da porta.
Para a ação penal que deverá ser iniciada contra Lindemberg no dia 3 pouco importa, mas para a melhoria da técnica policial é de importância fundamental esclarecer se o rapaz atirou contra Eloá e Nayara antes ou depois da invasão dos PMs do Gate ao apartamento.
Cinco PMs do Gate que invadiram o apartamento dizem só ter entrado porque Lindemberg atirou e também porque existia uma ordem do comando de negociação para a entrada em caso de disparo. O principal negociador do Gate no episódio, capitão Adriano Giovanini, não falou em disparo e, na quarta-feira, Nayara deu seu testemunho: Lindemberg atirou após a invasão dos PMs.
Outra dúvida: o barulho que os PMs alegam ter sido um disparo dado por Lindemberg pode ter sido o estopim do cordel de detonação dos explosivos usados por eles próprios para tentar derrubar a porta.


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