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Ex-policial acusado de matar menino João Roberto é absolvido

Promotoria vai recorrer; criança morreu durante operação policial

PAULA BIANCHI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Acusado sob suspeita de ser um dos responsáveis pela morte do menino João Roberto Amorim Soares, de três anos, o ex-policial militar Elias Gonçalves da Costa foi absolvido na quinta-feira à noite pelo Tribunal do Júri.

João Roberto foi assassinado em julho de 2008 na Tijuca, zona norte, quando o carro em que estava com a mãe e o irmão de nove meses foi atingido por disparos da PM.

Costa se declarou inocente e, contradizendo depoimentos anteriores, disse que atirou só uma vez, para o chão. Ele acusou o outro policial, William de Paula, de disparar contra o carro.

Em dezembro de 2008, William foi absolvido da acusação de homicídio, mas condenado a sete meses de prisão em regime aberto por lesão corporal leve contra a mãe e o irmão do menino.

A Promotoria recorreu e a sentença foi anulada. William aguarda em liberdade novo julgamento.

Para o defensor público Marcelo Machado Fonseca, as provas foram determinantes para a absolvição de Costa. "O laudo mostra que os fragmentos encontrados no carro e que mataram João Roberto são de fuzil e não de pistola [arma que Costa usava]."

"O vídeo também comprova que ele atirou contra o chão", disse, referindo-se a imagens de câmeras de segurança de prédios vizinhos, exibidas no julgamento.

'BARBÁRIE'

Inconformados, os pais de João Roberto deixaram o fórum antes do final da leitura da sentença. "Continuo com meu sofrimento e não consigo fazer justiça pela morte de meu filho. Fizeram uma barbárie com minha família", disse o taxista Paulo Roberto Soares, pai da criança, em entrevista à Rádio Bandnews.

A Folha tentou contato com Costa, mas ele não foi localizado.

A Promotoria vai recorrer da decisão do Tribunal.

Na época do crime, os ex-PMs alegaram ter confundido o veículo com outro, supostamente utilizado por criminosos a quem perseguiam.

A Justiça havia condenado o Estado do Rio a pagar uma indenização de R$ 900 mil à família de João Roberto, além de uma pensão para seus pais e os custos referentes a seu velório e enterro.

Os dois policiais foram expulsos da corporação.

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