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Trem da CPTM atropela e mata técnico e 2 engenheiros

Grupo voltava de testes em nova composição caminhando sobre os trilhos

Um dos mortos era espanhol e trabalhava em empresa alemã de freios; uma quarta pessoa ficou ferida

DO “AGORA”

Três homens morreram atropelados por um trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na madrugada de ontem, entre as estações Tatuapé e Brás da linha 11-coral, na zona leste da capital paulista.

Uma quarta pes­soa, que caminhava nos trilhos com o grupo, con­seguiu escapar e sofreu lesões leves.

O acidente ocorreu por vol­ta das 4h25, quando o téc­nico da CPTM Sérgio Eduardo Batista de Oliveira, 40, e os engenheiros Márcio Luiz Alves de Souza, 32, José Julian de Dios Claramunt, que era espanhol, e Cauê Arnaud Gruber, 29, de empresas terceirizadas, re­tornavam de testes que fize­ram em uma nova composição em um pátio.

O grupo seguia para o estacionamento de uma oficina quando foi surpreendido por um trem com passageiros que ia no sen­tido de Guaianazes.

Segundo relato de uma testemunha na Delpom (Delegacia de Polícia do Me­tropolitano), o maquinista buzinou e tentou frear, mas acabou atingindo o trio.

Gruber, que era o último da fila, ouviu o barulho e se salvou pulando para o lado esquerdo da linha.

Apenas machucou o joelho esquerdo e dois dedos, mas ficou em estado de choque após o acidente. Ele é funcionário da CAF, multinacional ferroviária espanhola que produz trens para a CPTM.

Souza, seu colega de empresa, e Claramunt, espanhol funcionário de uma empresa de freios alemã fornecedora da CAF, não perceberam a aproximação e morreram.

Eles seguiam Oliveira, técnico com mais de 20 de CPTM, que também morreu na hora após ser atropelado pela composição.

ORIENTAÇÕES

O pai de Cauê Gruber, único sobrevivente, disse que o filho e os dois engenheiros mortos apenas seguiram as orientações do técnico da companhia de trens que também morreu.

"Se alguém violou as normas de segurança, foram eles [CPTM]. Eles não forneceram nenhum colete refletivo. Foi a primeira coisa que perguntei ao meu filho", contou o também engenheiro Helmut Gruber, 51.

"Meu filho estava atrás. Sentiu a vibração do ambiente. Nem sabia de que lado vinha o trem. Naquele horário não tinha trem circulando", disse. Era o terceiro dia que o filho fazia testes na nova composição.

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