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Unesco adiciona ritual brasileiro em lista de patrimônio em perigo

A Unesco classificou o ritual "Yaokwa", dos índios enauenês-nauês, de Mato Grosso, como patrimônio imaterial que precisa de ações urgentes para a proteção.

Segundo órgão da ONU, os elementos que compõem o ritual amazônico estão inseridos em um ecossistema frágil, cuja continuidade depende da preservação do ambiente.

A cerimônia se repete anualmente de dezembro a junho e envolve expedições para pesca, danças, ofertas de alimentos e músicas, como forma de apaziguar a ira dos espíritos.

Segundo o Instituto Socioambiental, desde 2000 a organização social dos enauenês-nauês, que vivem no vale do rio Juruena, noroeste do Estado, está ameaçada pelo projeto de construção de 11 pequenas centrais hidrelétricas.

"Todo o ritual se desenvolve em torno da pesca. Esperamos que com o reconhecimento internacional o problema tenha mais visibilidade e que a busca de uma solução ganhe força", diz a antropóloga Juliana Almeida, da ONG Opan (Operação Amazônia Nativa).

A decisão da Unesco ocorreu em Bali, Indonésia. Duas iniciativas brasileiras foram selecionadas entre as melhores práticas de proteção: o Programa Nacional de Patrimônio Imaterial, do Iphan, e o Museu Vivo do Fandango.

O museu dedicado à música e à dança de comunidades costeiras do Sul e Sudeste não tem sede fixa. Funciona em casas de fandangueiros e artesãos no litoral sul de São Paulo e no litoral norte do Paraná.

Outras dez manifestações foram incluídas na lista de patrimônio imaterial com necessidade urgente de proteção, entre elas orações peruanas.

Já em outra lista, a que elenca os patrimônios imateriais da humanidade, foram incluídos 19 elementos, como fado português e mariachi. Duas manifestações brasileiras já integram a lista: o samba de roda do Recôncavo Baiano e tradições dos wajapi, do Amapá.