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10% dos alunos foram vítimas de crimes

Desse contingente, 31% diz que episódios como furto e roubo ocorreram após intensificação da presença policial

Segundo o Datafolha, 79% têm medo de andar no campus à noite; para a maioria, PM não eleva sensação de segurança

DE SÃO PAULO

Um em cada dez estudantes entrevistados na pesquisa Datafolha declarou que já foi vítima de algum crime nos campi da USP na capital.
Desses, metade disse ter sido alvo de furtos (de veículos e outros bens), enquanto 2% citou assalto e 1%, agressão.
A maioria desses alunos, porém (56%), relatou que a ação criminosa ocorreu há mais de dois meses, antes, portanto, de a Polícia Militar passar a fazer o patrulhamento da Cidade Universitária.
Outros 31% disseram que foram vítimas quando policiais militares já atuavam rotineiramente no campus -o restante não respondeu.
Antes, a entrada da PM no campus não era vetada, mas as ações de patrulhamento eram feitas basicamente pela Guarda Universitária.
Acordo firmado no dia 8 de setembro entre a reitoria e o governo do Estado permitiu a intensificação das rondas e das abordagens pelos policiais militares, além do aumento do efetivo nos campi da universidade na capital.
Além da Cidade Universitária, o acordo envolveu a USP-Leste e as outras unidades espalhadas pela cidade.
A discussão sobre uma maior atuação da PM no campus começou em maio, após o assassinato do estudante Felipe Ramos Paiva, 24, em um estacionamento, durante uma tentativa de roubo.

MEDO
Outra constatação do Datafolha é que a ampla maioria dos estudantes (79%) têm medo de circular pelos campi da capital durante a noite.
O índice é maior entre as mulheres (83%, sendo que 46% dizem ter muito medo) e entre os alunos dos cursos da área biológica (90%).
O maior campus da USP na capital é a Cidade Universitária, que tem uma área equivalente a mil campos de futebol, com um bosque e grandes estacionamentos.
Além das longas distâncias entre as unidades, alunos costumam reclamar da iluminação, considerada precária.
Durante o dia, o índice dos que têm medo de circular pelos campi da capital cai para 35%. No campus USP-Leste, a taxa dos que afirmam ter medo de circular à noite é menor do que a média: 64%.

SENSAÇÃO
Embora a maioria apoie o convênio que permitiu o patrulhamento diário da Cidade Universitária pela PM, para 57%, a sensação de segurança hoje é a mesma de antes da presença mais ostensiva dos policiais militares.
Para 28%, a sensação aumentou, e para 9%, caiu.
A percepção de que o ambiente ficou mais seguro com a polícia é maior entre os estudantes de exatas (46%) e biológicas (36%) do que entre os de humanas (18%), área que concentra a principal resistência à ação policial.
Entre as unidades de ensino, a maior rejeição à PM vem dos alunos da FFLCH, palco do episódio policial -a detenção de três alunos com maconha- que detonou os protestos: 70% de seus alunos dizem que a sensação de segurança não mudou nada com as rondas policiais.

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