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Morador do Vidigal acusa a PM de arrombar e revirar sua casa

Entregador diz que local foi revistado outras 2 vezes desde domingo

PAULA BIANCHI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Morador da favela do Vidigal, na zona sul do Rio de Janeiro, o entregador de farmácia Wiverson Luiz de Paula, 21, acusa a polícia de ter invadido sua casa e revirado seus pertences ontem.

As favelas do Vidigal, da Rocinha e da Chácara do Céu estão ocupadas desde domingo pela polícia.

Wiverson, que tinha faltado ao trabalho ontem por causa de uma gripe, conta que saiu de casa por alguns minutos, para ir até a padaria. Ao voltar, encontrou a porta arrombada e tudo revirado. Uma das portas da estante da sala foi quebrada e o quarto virou um redemoinho de roupas e papéis.

"Parece que passou um furacão por aqui", disse, revoltado. "Eu passei o dia inteiro em casa. Não podiam me esperar voltar?"

A mãe de Wiverson, Valéria Arcanjo, desconfia que a vista da laje da casa, que permite enxergar boa parte das ruas e becos da favela tenha chamado a atenção da polícia. "Já disseram que a vista era muito ampla, podia ser ponto de olheiro [do tráfico]. Acham o quê, que a minha casa é boca [de fumo]?"

A polícia já havia revistado o local outras duas vezes somente nesta semana. Nas outras duas, foram recebidos por Wiverson, que acompanhou o trabalho dos policiais.

Valéria procurou a associação de moradores e depois os policiais, que lhe disseram que era preciso saber quem fez a revista.

Ela foi orientada a falar com a Ouvidoria da PM. "Garantiram que só entrariam nas casas com permissão. Começou a bandalha. Esquecem que favelado também é cidadão", reclamou.

Procurado pela Folha, um capitão do Batalhão de Choque, que se identificou como Érico e comandava o policiamento nos arredores, disse que a reclamação dos moradores será investigada.

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