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'Professor' faz massagens e chama anjos
da Reportagem Local
O ex-plantador de morangos
Masatsugu Hirota traga longamente o Minister, abre um sorriso
e aponta uma rocha no jardim.
"Ali é o lugar de chamar os anjos.
Da última vez, vieram muitos."
Aos 56 anos, o professor Hirota
-como é conhecido- diz que
nesse dia os anjos "foram vistos
por todos os que quiseram ver".
Sua relação com anjos e as imagens de Buda e Jesus que tem em
casa não significam que seja religioso. "Só acredito na energia",
diz, num português precário.
Todas as manhãs, na chácara às
margens da rodovia D. Pedro 1º,
em Atibaia, ele veste roupas brancas, prende os cabelos compridos
com uma banda e se concentra para enfrentar a multidão.
Alguns serão curados com massagens. O paciente deita-se de bruços e Hirota sobe de pés descalços
sobre suas costas. Com movimentos firmes do corpo, ele identificaria e curaria a doença.
O grupo maior de pessoas espera
do lado de fora enquanto uma das
auxiliares distribui senhas e fala
dos anjos. "Vocês receberão aqui
um anjo de cura. Na volta, não parem no caminho, não saiam da estrada, não se distraiam. Levem seu
anjo direitinho para casa."
Os pacientes formam uma longa
fila e são convidados a mostrar o
local onde está a doença. Hirota
recebe-os sobre um tatami e passa
rapidamente a colar curativos sobre o local indicado. Em 35 minutos, atende quase 150. Todos sabem as instruções de cor: o curativo deve ser mantido por 48 horas
sem ser molhado, depois queimado e as cinzas jogadas em água
corrente.
"Eu não andava mais, o coração
precisava de válvulas, o médico
dizia que eu morreria de infarto
ou derrame", conta Shinzo Takemoto, 82. "Fiz 12 massagens e não
sinto mais nada."
Os relatos de cura estão em todas
as bocas. Quitéria Ferreira da Silva, 75, não andava mais de dores
no nervo ciático; Rosalina S., 35,
curou-se de um câncer no seio;
Iraides Santana, 56, tinha dores
em tantos lugares que não sabia
mais qual especialista procurar;
Mishasi Susuki, 78, só esperava
para morrer; Sonia Merbach, 47,
já tinha sido "desenganada" pelos médicos.
Enquanto os pacientes relatam,
o professor Hirota apenas sorri.
"A cura está dentro de você", diz.
Em busca dessas curas, a pequena
chácara de Hirota já chegou a receber 5.000 pessoas por dia.
A cura pressupõe muita fé, às vezes cega. Em alguns casos, Hirota
aconselha os pacientes a abandonar os medicamentos. "A quimio
e a radioterapia queimam o corpo
por dentro", ele diz.
Dois sábados por mês, o professor convida as pessoas para suas
palestras ecológicas. "Se não salvarmos as florestas, a vida na Terra morrerá junto"
(AB)
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