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HABITAÇÃO
Nova lei da habitação de interesse social prevê redução de impostos em empreendimentos para baixa renda
PT quer incentivar construções populares
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT quer atrair as grandes
construtoras para disputar o mercado da habitação popular em
São Paulo. Para isso, uma equipe
da Secretaria da Habitação (Sehab) elabora a nova lei da habitação de interesse social, que, segundo o secretário Paulo Teixeira,
será encaminhada à Câmara Municipal até abril. "O que nos interessa é elevar o o padrão construtivo dos conjuntos habitacionais."
A habitação popular concentra
a maior fatia do mercado imobiliário da cidade, porém, segundo
os empresários, a demora na
aprovação dos projetos e os impostos impedem que a iniciativa
privada concorra em igualdade
com os programas do governo.
Entre os impostos municipais, o
que mais pesa é o ISS (Imposto
Sobre Serviços), que corresponde
a 5% do valor de todos os serviços
prestados na construção. "Esse é
o pior porque incide sobre a
maioria dos custos", diz Basílio
Jafet, vice-presidente de incorporação do Secovi-SP (sindicato das
imobiliárias e construtoras).
Em seguida, vêm as taxas de
emolumentos, que correspondem a cerca de R$ 1,50 por m2 de
terreno, e o ITBI (Imposto sobre
Transmissão de Bens Imobiliários), que consiste em 2% do valor
total do imóvel e recai sobre o seu
preço final duas vezes.
A construtora paga o ITBI
quando compra o terreno e o embute no preço final do imóvel. Depois, o proprietário de cada unidade do conjunto habitacional
paga novamente o imposto.
São esses pontos, diz o secretário Paulo Teixeira, que a nova lei
pretende atacar. "Ainda não fechamos como será, mas terá isenção ou redução de impostos", diz.
"Essas declarações soam, para
nós, construtores, como música",
comenta Jafet, do Secovi. Porém,
para ele, há outros pontos que pesam na composição do preço da
habitação popular, como o preço
do terreno, que, em São Paulo, é
um dos mais altos do país.
"Mas, de qualquer forma, as reduções tornarão o imóvel mais
acessível. Esse mercado é muito
difícil. Enquanto o loteador clandestino vai lá, monta a barraca do
lado do seu empreendimento,
passa o trator e sai vendendo, você que está fazendo tudo direitinho fica para trás", afirma.
Mercado
As construtoras que entraram
no mercado popular têm conseguido se aproximar das unidades
de programas como CDHU, Cingapura e Cohab (veja quadro).
Hoje, diz Jafet, os imóveis populares da iniciativa privada custam
em torno de R$ 30 mil. Para ele,
caso o projeto do PT vire lei, esse
valor cairá "significativamente".
O secretário de Estado da Habitação, Francisco Prado, aprova o
projeto petista. Há três semanas,
Prado encontrou-se com Teixeira. "Aliás, a nossa secretaria tem
recomendado a todas as prefeituras alterações procedimentais
com relação a essas habitações."
Em sua avaliação, a modificação
dos procedimentos em relação à
habitação popular deverá favorecer também os conjuntos da
CDHU. "Certamente ganharão
uma maior rapidez", diz.
Luciana Rossi, diretora financeira da Rossi Residencial, que
constrói habitações para a classe
média baixa, considera "boa" a
proposta, mas são necessárias
mais medidas. "Essa população
precisa, acima de tudo, de financiamento a longo prazo, e, por enquanto, só a Caixa Econômica Federal oferece. Os impostos pesam
pouco, mas o suficiente para prejudicar esse consumidor", diz.
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