|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CÂMARA
Partido vai propor a abertura de cinco comissões, limite máximo permitido pelo Regimento Interno da Casa
Estratégia do PT pode barrar a CPI do Lixo
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT pretende aprovar hoje, na
primeira sessão da nova legislatura, a abertura de cinco CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) para investigar as administrações de Paulo Maluf e Celso
Pitta. A iniciativa pode impedir a
CPI do Lixo, que envolveria o governo de Marta Suplicy (PT).
Segundo o presidente da Câmara, José Eduardo Cardozo (PT), o
Regimento Interno permite a realização de, no máximo, cinco comissões ao mesmo tempo.
A bancada do PT defende a criação da CPI do PAS e da Educação
(para investigar obras superfaturadas). Mas o partido também
quer ressuscitar pedidos negados
anteriormente em plenário, como
a CPI do Frango -suposto esquema de venda superfaturada
para o município-, a do túnel
Ayrton Senna (superfaturamento
da obra) e a do programa Leve-Leite (para apurar os custos).
A bancada deve definir as CPIs
hoje pela manhã. Para aprovar
uma comissão, são necessários
apenas 19 votos (só as bancadas
do PT e do PC do B conseguem
esse quórum).
Vereadores petistas negaram
que o número de CPIs seja uma
manobra para evitar a criação da
CPI do Lixo, que iria investigar o
contrato emergencial feito por
Marta com empresas de limpeza
urbana acusadas anteriormente
de irregularidades, como superfaturamento, pelo próprio PT.
"Queremos abrir a caixa-preta.
As CPIs não vão prejudicar a administração da Câmara", disse o
vereador Adriano Diogo (PT),
que afirmou ter assinaturas suficientes para criar a CPI do PAS.
Segundo Cardozo, o próprio PT
pode encampar a CPI do Lixo.
Mas a Folha apurou que essa hipótese não foi discutida na reunião de ontem da bancada, que
durou nove horas.
O PSDB e o PMDB recuaram da
disposição inicial de apresentar o
requerimento da CPI do Lixo nos
primeiros dias de fevereiro. Os
dois partidos afirmaram que ainda estão buscando dados.
Mas a Folha apurou que essa
nova posição pode ter relação
com as eleições para presidente
na Câmara dos Deputados, onde
Aécio Neves é o candidato do
PSDB, e no Senado, onde o PMDB
concorre com Jader Barbalho.
Segundo um líder do PMDB em
São Paulo, a ordem é evitar problemas com o PT até as eleições,
marcadas para o dia 14 de fevereiro. Até lá, nenhum pedido será
apresentado.
O apoio do PT ao PSDB e ao
PMDB ou a um novo candidato,
evitando o voto aos seus adversários diretos, daria a vitória aos
dois partidos. O líder da bancada
do PSDB, Gilberto Natalini, e o
presidente municipal do PMDB,
Milton Leite, negam a orientação.
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Mentor será o líder do governo na Câmara Índice
|