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São Paulo, sábado, 01 de fevereiro de 2003

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AIDS

Com o lançamento da campanha na São Paulo Fashion Week, objetivo é passar de 1,8 milhão de exames por ano para 4 milhões

Ministro quer ampliar número de testes

Patrícia Santos/Folha Imagem
O ministro Costa entrega cheque simbólico a Márcia Velihovetchi, que fez o logotipo da campanha


DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério da Saúde espera que o número de exames para detectar a presença do vírus HIV realizados anualmente no Brasil passe da atual marca de 1,8 milhão de testes para cerca de 4 milhões ainda neste ano.
A pretensão é alcançar a meta com a campanha "Fique Sabendo", oficialmente lançada ontem pelo ministro da Saúde, Humberto Costa, durante a São Paulo Fashion Week. A campanha pretende diminuir o medo e o preconceito em relação ao exame e transformá-lo em algo rotineiro.
Segundo o ministro, que ressaltou que "a Aids não está na moda", pode haver atualmente no Brasil cerca de 400 mil pessoas portadoras do vírus, mas que desconhecem o fato. "Essas pessoas podem ser transmissoras involuntárias da doença", disse o ministro. Há cerca de 200 mil casos confirmados no país.
"Queremos que todas as pessoas tenham a possibilidade de serem testadas de forma segura e anônima", afirmou ontem o ministro. Segundo ele, apenas o paciente terá acesso ao resultado do exame. Caso o resultado seja positivo, a pessoa terá um acompanhamento médico, para evitar o desenvolvimento da doença.
Os exames serão realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), e a verba será repassada pelo ministério. Para cada exame preliminar, chamado Elisa, o ministério repassará R$ 10, e para o exame de confirmação, R$ 85.
O ministério acredita que vá gastar cerca de R$ 40 milhões por ano com o projeto. "Esperamos que a demanda pelos testes seja progressiva, mas a rede pública está preparada para uma ampliação imediata", afirmou Costa. Atualmente, há cerca de 300 Centros de Testagem Anônima no país, onde o exame pode ser feito.
O ministro entregou ontem um cheque simbólico no valor de 365 camisinhas à autora do logotipo escolhido para a campanha. Os preservativos seriam, depois, entregues à designer Márcia Velihovetchi, 22, que disse que irá distribuir parte deles aos amigos.
Segundo ela, o símbolo foi pensado para "não ser algo "down'". Há um símbolo positivo e outro negativo lado a lado representando dois olhos e os resultados possíveis do exame. "O sorriso é para estimular o exame", disse ela.
A marca será utilizada em camisetas, cartazes e outros materiais de divulgação. O objetivo é que o logotipo tenha uma identificação tão forte com a campanha quanto o alvo azul que serve de símbolo à campanha de combate ao câncer de mama. Apenas durante a São Paulo Fashion Week foram distribuídas 11 mil camisetas.
(ANDRÉ NICOLETTI)


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