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VIOLÊNCIA
Para polícia, adolescentes invadiram os 4 imóveis na zona sudoeste de SP; engenheiro baleado corre risco de morte
Grupo invade casas em Perdizes e fere um
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Quatro casas da região de Perdizes (zona sudoeste de São Paulo)
foram invadidas por uma quadrilha, anteontem, deixando, como
saldo, um ferido grave.
A equipe de investigadores do
23º DP trabalha com a hipótese de
ser uma gangue de adolescentes,
por causa das pichações que os
criminosos fizeram no interior de
dois dos imóveis invadidos.
Na última casa invadida, a quadrilha baleou o engenheiro Percival Carlos Baier, 54, que está internado na UTI (Unidade de Terapia
Intensiva) do Hospital das Clínicas. Baier passou por uma cirurgia para a retirada da bala, e, até
ontem, corria risco de morte.
Segundo a artista gráfica Sueli
Vicente Andreato, os assaltantes
invadiram uma creche e uma casa
antes de entrar no estúdio de criação que mantém com o irmão,
Elifas Andreato.
Para Sueli, o grupo passou a tarde em seu estúdio. Em uma das
paredes, o grupo escreveu "Anderson zona leste". "Eles destruíram tudo, comeram e beberam,
mas roubaram poucas coisas de
valor. Temos vários equipamentos caros, como computadores."
A gangue invadiu a casa de
Baier, vizinha ao estúdio, por volta das 18h30. Atacados pela cadela
doberman Elke, os assaltantes atiraram e mataram o animal.
Ao ouvir o tiro, o engenheiro,
que assistia TV com a mãe, Cacildes Baier, 80, foi até os fundos da
casa para verificar o que estava
ocorrendo. Enquanto isso, Cacildes foi para a frente, saindo à rua e
trancando a porta por fora.
Nesse momento, os vizinhos já
haviam acionado a polícia, que
chegou pouco depois. Os policiais
entraram na casa quando os assaltantes já haviam fugido, e encontraram o engenheiro ferido.
Segundo o comerciante Paulo
Affonso Baier, 53, irmão da vítima, os pertences roubados do estúdio de Sueli foram encontrados
em uma rua próxima ao local.
Eram aparelhos de som portáteis.
"Os criminosos que praticam
esse tipo de assalto não agem com
violência nem deixam tantas pistas", considera o investigador-chefe Nelson Schmidt, do 23 º DP.
"Perdizes é região de passagem.
Há, próximo, o baile de Carnaval
do Palmeiras, o que pode ter
atraído os adolescentes. Mas essa
ocorrência é atípica aqui."
Sueli discorda do investigador.
De acordo com a artista gráfica, a
invasão de casas pode ser atípica,
mas pequenos furtos praticados
por adolescentes infratores já se
tornaram rotina no bairro. "A
violência em Perdizes cresce dia
após dia", diz.
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