São Paulo, quinta-feira, 01 de março de 2001

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CARNAVAL 2001
Presidente da escola pede reforma do sambódromo; Beija-Flor é vice por meio ponto, pelo terceiro ano seguido, e Mangueira é 3ª

Imperatriz leva o tricampeonato no Rio

Marlene Bergamo/Folha Imagem
Maria Helena, porta-bandeira da Imperatriz Leopoldinense, comemora na Marquês de Sapucaí com o filho Chiquinho, mestre-sala, o terceiro título consecutivo da escola


ANTONIO CARLOS DE FARIA
CRISTIAN KLEIN

DA SUCURSAL DO RIO
A Imperatriz Leopoldinense conquistou ontem o tricampeonato no Carnaval do Rio, com nota máxima em todos os quesitos.
A escola aproveitou para rebater as críticas de que faz desfiles que não empolgam o público. O presidente da escola, Wagner Araújo, 50, afirmou que o sambódromo é que prejudica a animação e precisa ser reformado.
"As pessoas só se animam quando passam a bateria ou personalidades do mundo artístico. É preciso melhorar a qualidade do som no sambódromo e reduzir a distância entre público e escolas."
O segundo lugar ficou com a Beija-Flor de Nilópolis. Pela terceira vez consecutiva, a escola perde o título só por meio ponto.
As propostas de reforma do sambódromo, segundo Araújo, já estão sendo analisadas pela prefeitura. O presidente da Liesa (Liga das Escolas de Samba) e patrono da escola campeã, Luiz Pacheco Drumond, não concorda com as críticas. "O sambódromo existe há 16 anos e nunca ninguém disse que ele é a causa de desânimo".
Araújo, sob vaia das escolas adversárias, disse no sambódromo, onde ocorreu a apuração, que o título iria ser comemorado sem a distribuição de chope ou de bebidas alcóolicas, para evitar confusões na quadra da Imperatriz.
Meia hora depois dessas declarações, às 17h, aconteciam duas brigas entre gangues rivais na quadra, em Ramos (zona norte). Três pessoas ficaram feridas.
Aproximadamente 5.000 pessoas estavam no local para a comemoração do título. Antes da briga, Araújo afirmou que a grande qualidade da escola era a disciplina de seus integrantes.
A última escola a obter o tricampeonato no Rio havia sido a Beija-Flor, que venceu os Carnavais de 1976, 1977 e 1978. O presidente da escola, Farid Abrahão David, 55, estava inconformado na Marquês de Sapucaí, no fim da apuração.
"Nós perdemos por meio ponto no quesito alegoria e adereços. Isso é uma injustiça imperdoável. Não posso dizer que houve roubo, mas houve maldade", disse David. Para ele, o grande prêmio da Imperatriz foram as vaias recebidas das demais torcidas.
O estilo perfeccionista da escola de Ramos (bairro da zona norte carioca), concebido por Rosa Magalhães, incomoda as agremiações adversárias. Este é o sexto título da carnavalesca.
A Mangueira, que ficou em terceiro lugar, foi a escola mais aplaudida pelo público nos desfiles do Grupo Especial. Ontem, durante a apuração, sua torcida era uma das maiores, rivalizando com a da Beija-Flor.
No próximo sábado, as cinco escolas mais bem classificadas voltam a desfilar, a partir das 21h. Além de Imperatriz, Beija-Flor e Mangueira, desfilam o Salgueiro e Viradouro, que ficaram em quarto e quinto lugar, respectivamente. Já a Portela repetiu o fraco desempenho do ano passado e ficou com o décimo lugar.

Rebaixamento


Paraíso do Tuiuti, que ficou em último lugar, e União da Ilha, a penúltima escola, saem do Grupo Especial, no próximo ano. Em seus lugares, sobem as escolas Unidos do Porto da Pedra e São Clemente, campeã e vice-campeã do Grupo de Acesso.
O presidente da Grande Rio, Hélio de Oliveira, 39, que teve neste ano a estréia do carnavalesco Joãosinho Trinta, disse que não conseguia entender os motivos que teriam levado a agremiação a ficar em sexto lugar. "Fizemos tudo certo, criamos impacto e conquistamos o público. O que eu vou dizer agora para o meu povo, na minha escola?", afirmou.


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