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São Paulo, sábado, 01 de março de 2003

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ADMINISTRAÇÃO

Envelopamento de prédios e publicidade em ruas coletoras foram os vetos mais importantes, segundo Ruy Falcão

Sob polêmica, Marta sanciona lei de anúncios

DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita Marta Suplicy (PT) sancionou com vetos o projeto de lei nš 406, da vereadora Myryam Athiê (PPS), sobre propaganda externa. Três das principais entidades de arquitetos e urbanistas de São Paulo pediram veto integral do projeto, considerado nocivo e causador de poluição visual.
O texto com as alterações propostas pelo Executivo deve ser publicado hoje no "Diário Oficial", segundo a prefeitura. A partir de então, passa a valer como lei, substituindo a legislação atual, de 1996. Só os vetos poderão ser derrubados -no caso, pela Câmara Municipal.
Entre outros pontos polêmicos, o projeto de lei aumenta a possibilidade de instalação de peças como outdoors e backlights, que poderão ser maiores e mais altos.
De acordo com o secretário de Governo, Ruy Falcão, Marta vetou duas novidades introduzidas pelo projeto de lei -o envelopamento de prédios e a permissão para peças nas ruas coletoras. Os demais vetos, segundo ele, são técnicos e não têm importância.
O primeiro caso diz respeito à instalação de propaganda em tapumes e em telas de proteção usadas em edifícios em construção. O projeto de lei regulamentava a prática tanto nas obras em andamento (por dois anos) quanto nas paralisadas (por um ano).
Já a permissão de anúncios nas vias coletoras poderia provocar a invasão de anúncios em bairros residenciais. Isso porque o projeto de lei se baseia na rede viária de São Paulo para organizar a instalação das peças. A legislação em vigor é baseada no zoneamento. De acordo com a zona -residencial ou comercial- os anúncios são permitidos ou proibidos.
A rede viária da cidade é composta de ruas e avenidas classificadas como estruturais, coletoras e locais, que cortam toda a cidade. O projeto de lei propunha a permissão de anúncios nas coletoras, em imóveis localizados a, no máximo, 120 metros de uma via estrutural -o que foi vetado.
O projeto ainda traz outras novidades além dessas. Uma delas é o aumento da área máxima dos anúncios. Todas as peças poderão medir o equivalente a três vezes a metragem de frente do terreno onde estão instaladas. Caso o lote tenha 100 m de frente (testada), o anúncio poderá ter 300 m2.
Antes, a área máxima era limitada de acordo com a região onde estivesse o anúncio. Além disso, só em poucos bairros, as peças poderiam ter 15 metros de altura. Com o projeto, a medida passa a valer para toda a cidade.
Representantes da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (Abap), Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA) e Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) se reuniram em audiência com Marta nesta semana para pedir o veto integral.
As entidades afirmaram, em carta entregue à prefeita, que "a poluição visual [promovida com o projeto de lei" é a origem e a causa maior do desamor pela cidade, trazendo perda da auto-estima do morador urbano, deterioração espaço-visual e violência".
Outra entidade a se manifestar foi a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), que pediu veto total do projeto. (SÉRGIO DURAN E CHICO DE GOIS)


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