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CARNAVAL 2006
Das 6 escolas com chance de serem apontadas campeãs hoje, Mangueira, Tijuca, Beija-Flor e Vila Isabel saem com vantagem
4 escolas disparam na corrida pelo título no Rio
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
Rabugentas ou realistas, muitas
pessoas dizem que desfile de escolas de samba é uma mesmice, variando só as cores das agremiações. Mas há repetições que vêm
para o bem. Os destaques deste
ano do Grupo Especial do Rio
de Janeiro foram escolas que cometeram algum tipo de repetição.
Uma delas sairá campeã hoje da
apuração dos votos dos 40 jurados, transmitida às 15h45 pela
TV Globo.
A Mangueira, a mais aclamada
de todas as 14 que entraram no
sambódromo no domingo e anteontem, passou uma borracha
no desfile sombrio -nas cores e
nas idéias tiradas do tema energia- de 2005, e voltou à predominância do verde-e-rosa.
Mais e melhor: voltou ao entusiasmo dos melhores anos e à região que lhe deu o último título,
em 2002, o Nordeste, agora na figura do rio São Francisco.
Já a Unidos da Tijuca repetiu, no
enredo sobre a música, os ingredientes que a levaram ao vice-campeonato nos últimos dois
anos: alegorias criativas e com
muita gente em cima, marca do
carnavalesco Paulo Barros, somadas à empolgação de uma escola
que tem três quartos de seus componentes participando efetivamente de seu cotidiano.
O Império Serrano, de quem se
esperava apenas mais um esforço
para se manter entre as grandes,
fez um desfile como nos velhos
tempos -naqueles em que era
campeã, o que não acontece desde 1982: o melhor do ano e sobre
um tema popular (a religiosidade
brasileira), alas transbordando
alegria e soluções simples mas eficientes para suprir a impossibilidade financeira de ter fantasias e
alegorias luxuosas.
É pena que os velhos tempos tenham pouca chance de ganhar
nos novos tempos.
A Unidos do Viradouro mostrou o que sabe fazer: carros com
tecnologia e algum luxo, componentes animados e ousadia na comissão de frente e na bateria -a
que mais ousou em efeitos cênicos e sonoros neste Carnaval.
Também repetiu a irregularidade
que a marca, mas ganhou gritos
de "é campeã" e saiu da avenida
com esperanças.
Para os destaques de domingo,
o problema vai ser superar o estilo
vitorioso da Beija-Flor: eficiência
técnica, alegorias grandiosas e
-felizmente- a forte participação da chamada comunidade,
chave do sucesso da escola de Nilópolis, atual tricampeã.
Com um desfile muito parecido
com o dos anos anteriores, mas
falando de águas e da cidade mineira de Poços de Caldas, a Beija-Flor foi ovacionada pelo público
que resistiu no sambódromo até a
manhã de segunda-feira.
Como toda regra tem uma exceção, a Unidos de Vila Isabel é candidata ao título com uma apresentação que nada teve a ver com
a sua história. Sem a simplicidade
visual que é a sua marca e sem
Martinho da Vila, que brigou com
a diretoria por ter seu samba-enredo preterido, a escola falou de
latinidade com um desfile preciso, luxuoso, de carros imponentes, mas também com componentes entusiasmados.
Do outro lado, o de baixo, tudo
indica que Unidos da Porto da Pedra e Acadêmicos da Rocinha, vítimas de vários problemas, serão
as rebaixadas.
A Portela, que correu risco em
2005, desfilou bem melhor neste
ano. Falta a ela, que venceu 21 vezes, reencontrar sua cota de feliz
repetição.
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