CRISTINA RIGITANO
do NP

A estudante Isabel Salcedo da Silva, de seis anos, foi morta no domingo de Páscoa, à tarde, por três cães da raça pastor alemão. A garota havia pulado o muro da casa do padrinho, em Sepetiba, (zona oeste do Rio), para pegar um brinquedo que esquecera no quintal.
Ela saiu de casa -na mesma rua- às 16h e avisou aos pais que ia até a casa dos padrinhos -o aposentado Jorge Pereira Pinto e a dona-de-casa Tânia Barbosa-, onde havia brincado de manhã.
O casal tem casa de veraneio em Sepetiba e já havia voltado para o Rio. Os cães Xanele, Lobão e Barão estavam soltos, vigiando a casa. Ao pular o muro, Isabel foi atacada e arrastada por 50 metros.
Os parentes procuravam Isabel às 17h, quando a mãe viu o short e a calcinha da filha rasgados e jogados ao lado da piscina do compadre. ``Falei `não é possível que os cães tenham matado Isabel'''.
O pai, o cobrador de ônibus desempregado Edson Fernandes da Silva, pulou o muro para verificar e foi atacado pelos cachorros.
Isabel tinha marcas das dentadas por todo o corpo. As maiores lesões foram no olho esquerdo, orelha, pernas. As mordidas fatais foram no pescoço e barriga, atingindo traquéia e esôfago, respectivamente. Também havia um corte na cabeça, provocado possivelmente pela queda do muro.
Revoltados, os parentes queriam linchar os cães. ``Não quero mais esses cães. Vou dar'', disse Pereira Pinto. Como ninguém quer os animais, o destino deles será o canil municipal de Sepetiba.
A polícia abriu inquérito. Os padrinhos podem ser indiciados por homicídio culposo ou doloso.

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