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CULTURA VERDE
Mostra ao ar livre ilustra com espécies nativas e estrangeiras os hábitos de moradia da elite paulistana
Árvores são tema de exposição em museu
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em vez de quadros, móveis ou
objetos, uma exposição ao ar livre
que abre hoje no Museu da Casa
Brasileira tem como tema as árvores de seu jardim.
A mostra, chamada "Jardim do
Solar", ilustra com palmeiras, árvores nativas da mata atlântica e
espécies estrangeiras os hábitos
de moradia da elite paulistana entre o final do século 19 e a 2ª Guerra Mundial.
O visitante se depara com um
total de 583 árvores, mas 30 delas
foram destacadas pelo curador
Guilherme Mazza Dourado e possuem um painel com informações
sobre local de origem, história e
algumas curiosidades.
A exposição informa, por exemplo, que a árvore ligustro, originária do Japão, foi adotada na primeira remodelação e alargamento dos passeios da avenida Paulista -um postal do início do século
20 mostra sua utilização.
Para quem circula hoje pela
feiosa avenida Tiradentes (região
central) é um choque ver num dos
painéis a foto da via com cinco fileiras de árvores -três no canteiro central e uma em cada lateral.
Como parte das árvores não está florida ou com frutas neste período, alguns painéis contém ainda uma ilustração, feita pela ilustradora botânica Hiroe Sasaki. O
ipê amarelo, o jacarandá-mimoso
e jabuticabeiras são exemplos.
De acordo com Dourado, o público-alvo da exposição são estudantes, principalmente adolescentes, que poderão ter no local
uma atividade de educação ambiental. Além de história, é possível aprender um pouco de biologia ao percorrer a mostra.
Descobre-se por que o manacá-da-serra possui flores de cores diferentes -brancas, rosas e roxas.
"Quanto mais tempo suas flores
passam expostas ao sol, mais escuras ficam", diz Dourado. Esse
processo dá a impressão de que a
planta produz simultaneamente
floração de cores variadas.
História
"Antigamente, as casas possuíam quintal com galinhas e árvores frutíferas. Depois, com a estruturação de uma rede regular de
fornecimento de alimentos, as famílias puderam se dar ao luxo de
ter no espaço externo da casa um
jardim apenas para recreação e
fruição estética", explica Dourado, que é arquiteto e historiador.
A elite foi a primeira camada social a aderir aos jardins e, depois, a
classe média também se rendeu a
eles. No Museu da Casa Brasileira
-que fica no antigo solar do ex-prefeito Fábio da Silva Prado erguido na década de 1940- a área do jardim é de 6.600 m2.
Serviço:
Abertura: hoje, das 11h às 14h
Visitação: de amanhã a 2 de julho
Local: Museu da Casa Brasileira (av. Faria
Lima, 2.705)
Ingresso: R$ 4 (estudantes R$ 2)
Visitas monitoradas: 0/xx/11/3032-2564
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