São Paulo, quarta-feira, 01 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sargento mata sargento com arma do Exército

RICARDO BRANDT
EDITOR DA FOLHA CAMPINAS

O terceiro-sargento do Exército Albert Alwin Schimnelpfeng, 22, foi morto na noite de anteontem dentro do quartel de Itu (a 103 km de São Paulo). O também terceiro-sargento Francisco Bonifácio Oliveira Mendes, 23, seu colega, é apontado como autor do crime.
De acordo com o major Fernando José Garrido, do 2º Gacap (Grupo de Artilharia de Campanha de Autopropulsão), em Itu, os dois sargentos teriam discutido, o que teria motivado o crime.
Schimnelpfeng foi morto com pelo menos quatro tiros, segundo a Folha apurou. Os disparos saíram de uma pistola 9 mm, arma oficial do Exército, que teria sido usada por Mendes.
Os dois sargentos trabalhavam no agrupamento de artilharia que funciona em Itu e estavam em serviço quando ocorreu o crime.
Segundo nota oficial do Exército, o assassinato ocorreu às 21h40. Mendes foi preso no local do crime e a arma foi retida. O acusado está detido pelo Exército e totalmente incomunicável.
O próprio Exército registrou o auto de prisão em flagrante. As polícias Civil e Militar de Itu não registraram o assassinato por se tratar de um crime militar.
O coronel Hélio Macedo, do comando do Exército do Sudeste, que cobre a área do Gacap, disse que foi aberto um inquérito militar para apurar a motivação do crime. Segundo a Folha apurou, uma das hipóteses a ser investigada será a de que a vítima teria ofendido o acusado.
Macedo confirmou boatos que circularam ontem dentro do próprio Exército de que o crime teria ocorrido por motivo banal.
Schimnelpfeng teria chamado Mendes, em tom pejorativo, de "paraíba" e "cabeção". O Exército, no entanto, não confirmou se Mendes é de origem nordestina.
Segundo o comando do Exército do Sudeste, o inquérito deve durar 20 dias. Por ser do Exército, Mendes será julgado pela Justiça Militar. Se a pena de reclusão ultrapassar dois anos, ele será automaticamente expulso da corporação e responderá na Justiça comum.
Colaborou Mário Rossit, free-lance para a Folha Campinas

Texto Anterior: Governador aprova plano para escolas
Próximo Texto: Sete ladrões morrem em quatro tiroteios com policiais militares
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.