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Sargento mata sargento com arma do Exército
RICARDO BRANDT
EDITOR DA FOLHA CAMPINAS
O terceiro-sargento do Exército
Albert Alwin Schimnelpfeng, 22,
foi morto na noite de anteontem
dentro do quartel de Itu (a 103 km
de São Paulo). O também terceiro-sargento Francisco Bonifácio
Oliveira Mendes, 23, seu colega, é
apontado como autor do crime.
De acordo com o major Fernando José Garrido, do 2º Gacap
(Grupo de Artilharia de Campanha de Autopropulsão), em Itu,
os dois sargentos teriam discutido, o que teria motivado o crime.
Schimnelpfeng foi morto com
pelo menos quatro tiros, segundo
a Folha apurou. Os disparos saíram de uma pistola 9 mm, arma
oficial do Exército, que teria sido
usada por Mendes.
Os dois sargentos trabalhavam
no agrupamento de artilharia que
funciona em Itu e estavam em serviço quando ocorreu o crime.
Segundo nota oficial do Exército, o assassinato ocorreu às 21h40.
Mendes foi preso no local do crime e a arma foi retida. O acusado
está detido pelo Exército e totalmente incomunicável.
O próprio Exército registrou o
auto de prisão em flagrante. As
polícias Civil e Militar de Itu não
registraram o assassinato por se
tratar de um crime militar.
O coronel Hélio Macedo, do comando do Exército do Sudeste,
que cobre a área do Gacap, disse
que foi aberto um inquérito militar para apurar a motivação do
crime. Segundo a Folha apurou,
uma das hipóteses a ser investigada será a de que a vítima teria
ofendido o acusado.
Macedo confirmou boatos que
circularam ontem dentro do próprio Exército de que o crime teria
ocorrido por motivo banal.
Schimnelpfeng teria chamado
Mendes, em tom pejorativo, de
"paraíba" e "cabeção". O Exército, no entanto, não confirmou se
Mendes é de origem nordestina.
Segundo o comando do Exército do Sudeste, o inquérito deve
durar 20 dias. Por ser do Exército,
Mendes será julgado pela Justiça
Militar. Se a pena de reclusão ultrapassar dois anos, ele será automaticamente expulso da corporação e responderá na Justiça comum.
Colaborou Mário Rossit, free-lance para a Folha Campinas
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