LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

O ex-presidiário Paulo Sérgio Guimarães da Silva, 29, o "Titica", confessou ontem ser o "serial killer" responsável por sete mortes em ataques a quatro casais no município de Rio Grande (310 km ao sul de Porto Alegre).
"Titica" havia sido preso pela polícia local na última terça. Além das sete mortes, ele disse ter sido o responsável por uma tentativa de homicídio e vários assaltos nos municípios de Rio Grande e Pelotas. O interrogatório elaborado pelo delegado Pedro Alvarez foi assistido pelo Ministério Público.
O suspeito havia saído do presídio de Rio Grande no final de novembro de 1998, após ter cumprido nove anos de prisão. Ele tem todas as características físicas (incluindo a tatuagem de um dragão) descritas pelas vítimas que sobreviveram.
Antes da confissão, "Titica" já havia sido reconhecido pela estudante Brenda Gaebrin, 14, que ficou tetraplégica após levar um tiro na nuca em 20 de março. Na ocasião, seu amigo Petrick de Almeida, 18, morreu, também baleado na nuca.
Outras duas testemunhas (um casal não identificado), vítimas de assalto, disseram que o suspeito é o mesmo que as atacara no dia 4 de março. De acordo com elas, "Titica" as teria amarrado e levado um relógio de pulso e o toca-fitas do carro. A polícia encontrou, nos locais onde "Titica" viveu, seis relógios. Um era do casal. Outro era de Petrick de Almeida.
A série de homicídios que levou a polícia local a uma intensa investigação se iniciou no dia 14 de novembro, quando os professores universitários Vitor Hugo Vitola, 51, e Dacila Vitola, 49, e a empregada doméstica Maria Julieta da Silva, 38, foram degolados. "Titica" disse não ter praticado esse crime.
A arma encontrada pela polícia na casa da madrinha de "Titica", estava junto com as fitas de vídeo "Robocop" e "Exterminador do Futuro".


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