São Paulo, sábado, 01 de junho de 2002

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TRANSPORTE

Pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte mediu velocidades em avenidas de oito capitais

Ônibus chega a rodar em ritmo de pedestre

RAQUEL LIMA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A velocidade média de um ônibus na avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, à tarde, pode chegar a ser de 6 km/h, ou seja, a mesma de uma pessoa caminhando.
Esse é um dos resultados de uma pesquisa realizada em abril pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) em oito capitais, excluindo São Paulo, para detectar problemas no transporte coletivo. Pela manhã, a velocidade dos ônibus na mesma avenida fica em torno de 11 km/h.
O corredor da Cumeada Liberdade, em Salvador (BA), também apresentou baixa velocidade durante a tarde: 10 km/h. Pela manhã, sobe para 14 km/h.
As avenidas pesquisadas pela confederação foram selecionadas por terem congestionamento causados, na maioria das vezes, pela existência de um elevado número de semáforos, conversões, travessias de pedestres, paradas, cruzamentos e grande tráfego de ônibus, peruas e carros.
Além do Rio de Janeiro e de Salvador, o levantamento também foi feito em avenidas de Goiânia, Belém, Recife, Belo Horizonte, Curitiba e Fortaleza.
No geral, a velocidade média operacional dos ônibus de transporte coletivo -que considera tempo de parada e todos os obstáculos- variou de 10 km/h a 18 km/h, no pico da manhã, e de 6 km/h a 20 km/h, no pico da tarde.
À tarde, os ônibus andam mais rápido em Belo Horizonte (MG). A avenida Presidente Antônio Carlos registrou velocidade média de 19,8 km/h. Já a avenida Domingos Ferreira, em Recife (PE), é a que oferece melhores condições para os ônibus no período da manhã -os veículos atingem velocidade de 18,1 km/h.
A pesquisa da Confederação Nacional do Transporte considerou ainda a velocidade de deslocamento desenvolvida pelos ônibus -sem tráfego e obstáculos (veja os resultados no quadro).

Conclusão
Para a Confederação Nacional do Transporte, existe uma falha no uso e ocupação do espaço viário que prejudica o transporte coletivo. A confederação defende a intervenção do Estado no uso do espaço urbano por meio de adoção de políticas públicas que priorizem o transporte coletivo.
A Confederação Nacional do Transporte propõe ainda a criação de mecanismos tributários como forma de estabelecer uma compensação sobre o uso do espaço viário proporcional ao seu nível de eficiência.
O levantamento dos dados da pesquisa de velocidade foi feita por meio de viagens nos ônibus, tendo sido realizadas um mínimo de 24 em cada trecho, segundo a confederação. De acordo com a confederação, o estudo não foi feito em São Paulo porque já existem levantamentos referentes à velocidade e ocupação do sistema de transporte coletivo.



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