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NARCOTRÁFICO
Produção semanal de 100 kg da droga teria como destino os morros do Rio de Janeiro, segundo a polícia
PF descobre refinaria paulista de cocaína
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Polícia Federal em Araraquara desmantelou na madrugada de
ontem uma refinaria de cocaína
em Santa Rita do Passa Quatro
(253 km de São Paulo) que abastecia, segundo investigadores, o
narcotráfico nos morros cariocas.
De acordo com a PF, a refinaria
recebia periodicamente pasta de
cocaína de Cochabamba, na Bolívia. De Santa Rita, segundo depoimento das três pessoas presas, a
droga já preparada seguiria, de
carro, para o morro da Mangueira
e a favela de Vigário Geral. Seriam
100 kg de cocaína por semana
-um faturamento estimado em
R$ 600.000 pelos detidos.
A refinaria funcionava numa
chácara, na zona rural de Santa
Rita. Uma casa na região central
da cidade servia como uma espécie de depósito. Ao todo, foram
apreendidos 48 kg da droga, quatro veículos, uma prensa e materiais para misturar ingredientes à
cocaína e embalar a droga, segundo o delegado Cláudio Cavallaro.
Ainda segundo a polícia, a droga vinha de avião da Bolívia. O
transporte faz parte da chamada
"rota caipira" do tráfico, em que
as aeronaves desembarcam nas
dezenas de pistas clandestinas da
região de Ribeirão Preto.
A quadrilha vinha sendo investigada havia cerca de um mês pelo
serviço de inteligência da polícia.
Ontem, os agentes da PF invadiram a chácara e prenderam de
imediato duas pessoas -Alfredo
Antônio Galhardo, 41, e Fábio Gomes de Campos, 22- e apreenderam 18 kg da droga e duas camionetes. Também encontraram
lá várias caixas de sal amargo e
cal, usados na mistura, e uma
prensa.
Em seguida, a polícia foi levada
para uma casa no centro de Santa
Rita, onde achou mais 30 kg da
cocaína prontos para serem
transportados. Na residência, os
agentes prenderam Roseana Alves da Silva, 37. Outros dois veículos foram apreendidos no local.
Em seus depoimentos, os acusados informaram que cada quilo
do produto seria vendido por R$
6.000. "Sabemos que a droga seria
levada para o Rio e que se trata de
tráfico internacional de drogas. O
resto vamos investigar", afirmou
o delegado Cavallaro.
O delegado da PF em Ribeirão
Preto, Wilson Perpétuo, declarou
que as informações obtidas nos
depoimentos dos três acusados
serão usadas em outra investigação . "Vamos trocar figurinhas."
A polícia quer saber qual é a ligação do grupo com a quadrilha
presa em agosto do ano passado,
em Minas Gerais, que tinha vínculo com Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Os traficantes lavariam o dinheiro da
venda de drogas com a compra de
propriedades na região de Ribeirão Preto. Na versão da PF, o grupo teria ligações com o traficante
Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
(ODILON COMODARO, EVANDRO SPINELLI e ROGÉRIO PAGNAN)
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