São Paulo, sexta-feira, 01 de junho de 2007
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Prefeitura vai pagar inspeção de veículos DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito Gilberto Kassab deu detalhes da gratuidade do programa de inspeção veicular da prefeitura, que deve começar no
próximo ano. ![]() Ao ser questionado se queria ser a versão nacional de Al Gore, o político americano que adotou a ecologia como sua principal bandeira, o prefeito recusou comparações. Disse que depois do programa Cidade Limpa, de veto a outdoors nas ruas, tem três prioridades nessa área: a qualidade da água e do ar e a poluição sonora. A água terá ganhos, segundo o prefeito, com o programa de retirada de moradores de áreas invadidas nos mananciais. Já o ar vai melhorar com o programa de inspeção veicular gratuito (leia texto ao lado) e com um transporte público mais eficiente, de acordo com Kassab. O prefeito disse ser contra a ampliação do rodízio, por considerar que o transporte público não daria conta do aumento de demanda, e da instituição de pedágios urbanos, modelo adotado por Londres e Cingapura. O problema dos motoboys também será sanado com as melhoras do trânsito: "À medida que você tiver um transporte público de qualidade o número de motoboys vai reduzir". Citou dois exemplos desse tipo de investimento: o Expresso Tiradentes, corredor de 32 km que deve beneficiar 500 mil pessoas, segundo ele, e a parceria com o governo do Estado para ampliar o metrô. Saúde e educação Kassab foi sabatinado pelos jornalistas Vaguinaldo Marinheiro, secretário de Redação da Folha, Rogério Gentile, editor de Cotidiano, Silvio Cioffi, editor de Turismo, e Raul Juste Lores, repórter especial. O prefeito disse que os maiores problemas da cidade são na área de educação e saúde. Afirmou que seu governo já conseguiu atingir as duas primeiras metas que havia estabelecido para a educação: eliminar as 54 escolas de lata que existiam na cidade e o aumento de salário para professores e servidores da educação. O reajuste para esses funcionários foi de 54% nos últimos 12 anos, segundo Kassab. A terceira prioridade, anunciou, será o fim do terceiro turno das escolas municipais -ele é conhecido como "turno da fome", porque vai das 11h às 15h, justamente no horário do almoço. O terceiro turno será eliminado com a construção de 70 escolas e 22 CEUs (centros de educação que têm piscina e teatro, lançados na gestão de Marta Suplicy), ainda de acordo com o prefeito. A lentidão do processo licitatório, "natural" em qualquer democracia, é a fonte das frustrações, segundo o prefeito. Não há problemas gerenciais na prefeitura, na visão de Kassab. Ele fez elogios rasgados a seu secretariado, considerado por ele como uma espécie de time dos sonhos. Menos analfabetos Ainda segundo Kassab, 75% das escolas municipais já têm dois professores por sala de aula. A medida, de acordo com ele, reduziu o grau de analfabetismo funcional nas escolas do município. Kassab citou uma pesquisa, sem especificar fonte e datas, segundo a qual de 30% a 35% dos alunos continuavam analfabetos no terceiro ano do ensino fundamental. Com dois professores, segundo ele, o percentual de analfabetos no primeiro ano caiu para menos de 25%. A distribuição de medicamentos e as parceiras com instituições como a USP e Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) foram citados por Kassab como exemplos de melhora no sistema de saúde. Segundo ele, foram distribuídos R$ 2 bilhões em medicamentos nos últimos dois anos. "Hoje não falta medicamento na nossa rede pública", afirmou, depois de citar que o maior problema nessa área há três anos era a falta de remédios. "A saúde nos traz muita frustração ao mesmo tempo que traz muita alegria." A principal frustração, segundo ele, é a lentidão na mudança da rede de saúde. A cidade já tem 50 AMA (Assistência Médica Ambulatorial), tipo de equipamento intermediário entre o posto de saúde e o hospital, mas o prefeito quer criar mais cem até o final do ano. A AMA, segundo ele, já reduziu as filas nos hospitais. Ao comparar cidades do mundo, Kassab disse: "O nosso sonho é a cidade de Nova York". O modelo que ele tenta seguir, porém, é o de Barcelona. O prefeito fugiu de qualquer polêmica. Ao ser incitado a dizer o que achava da opinião do padre Julio Lancelotti de que o programa social aplicado na região central é "higienista", Kassab não quis opinar: "Acho que não vale a pena polemizar com o padre e com a Igreja Católica". Disse ser contra o aborto, a pena de morte e a redução da maioridade penal. Sobre a união civil de homossexuais, jogou a questão para o território da decisão pessoal: "É um direito das pessoas. Se a pessoa quiser fazer um contrato, tudo bem". Kassab também evitou responder se será candidato à reeleição no próximo ano. Segundo ele, não existe a hipótese de o PSDB e o DEM lançarem candidatos independentes à prefeitura paulistana. Um dos cenários previstos para a eleição municipal é o lançamento da candidatura de Geraldo Alckmin pelo PSDB, o que pode inviabilizar a aliança desejada por Kassab. Ele não quis debater esse cenário. Preferiu ser vago: "Eu admito a hipótese de ser candidato e de não ser candidato". Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Repercussão Índice |
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