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Filhos na "balada" deixam pais ansiosos
Pesquisadora diz que ansiedade deve ser controlada e adultos devem confiar nas orientações repassadas aos jovens
Mãe diz que filhos resistem
à idéia de usar táxi para sair
de casa; pais fazem
monitoramento pelo
telefone celular
DA REPORTAGEM LOCAL
Havia tempo que a empresária Christiane Rando, mãe de
Fernanda de Sampaio Barros,
23, e Frederico de Sampaio
Barros, 21, não dormia. O sossego veio agora, quando o filho foi
fazer faculdade nos EUA.
"Toda vez que eles saem de
casa só consigo dormir quando
ouço o barulho de chave na porta. O estresse é total. Apesar de
quase implorar para que meus
filhos utilizem o serviço de táxi
para irem e voltarem das baladas é impressionante como eles
resistem a essa idéia", diz.
A angústia de Christiane é
igual à de tantas outras mães
que não dormem de ansiedade
até que os filhos jovens voltem
para casa depois de uma noite
baladas regadas a álcool.
Os conselhos são os mesmo:
se beber, não dirija; celular ligado para monitoramento; não
aceitar carona de quem bebeu;
voltar de táxi em caso de embriaguez; não aceitar bebida de
pessoas estranhas.
"Os pais devem aprender
também a controlar a própria
ansiedade e confiar nas próprias orientações", diz Eroy
Aparecida da Silva, pesquisadora da Unidade de Dependência
de Drogas da Unifesp, também
mãe de um jovem de 25 anos.
Pai de filha adolescente, Carlos Rosset diz já ter sofrido um
acidente de carro, na década de
1980, pelo excesso de álcool.
Hoje, costuma buscar a filha
nas baladas e afirma já ter visto
diversas colegas dela bêbadas.
"Meu acidente se deu após
ter bebido vodca. Ao subir a
Avenida Angélica e cruzar o túnel da avenida Rebouças, perdi
totalmente a consciência e capotei. Felizmente não sofri nada grave além de uns pontos na
cabeça e um enorme susto para
a família", diz Rosset.
Mãe resignada, Maria Cristina Santos monitora os passos
do filho pelo telefone: "Uso o
celular várias vezes: para saber
se chegou ao local pretendido,
para saber se está tudo bem, a
que horas vai voltar, para reclamar do horário", afirma.
Mário Golombek conta como
o filho de 18 anos sofreu com a
perda de um colega num acidente de trânsito: "O sentimento de perda de um amigo é muito forte para qualquer um, ainda mais para os adolescentes. A
falta do amigo enraizou nele
que bebida e volante não se
misturam", afirma Golombek.
Ruy de Toledo Soares Júnior
diz ter vivido o outro lado: foi filho alcoólatra (está abstinente
há 12 anos) e se envolveu em diversos acidentes, com "destruições totais e internações em
clínicas especializadas". "Não
sei como cheguei até aqui."
(VQG)
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