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FOCO
Praia em SC está desaparecendo
Faixa de areia da Armação, em Florianópolis, diminuiu de 50 m para 8 m, diz geólogo
JEAN-PHILIP STRUCK
DE SÃO PAULO
Atração turística de Florianópolis (SC), a praia da Armação do Pântano Sul está
desaparecendo. A faixa de
areia, que chegava a 50 metros há dez anos, agora tem
menos de oito metros.
A conclusão é de um estudo de Rodrigo Sato, presidente da Associação dos
Geólogos de Santa Catarina.
Nas últimas semanas, nem
esses oito metros de areia puderam ser vistos. A praia foi
completamente coberta com
as ressacas, o que expôs as
casas de veraneio -comuns
na Armação- à fúria do mar.
Cinco delas foram destruídas e outras 30 sofreram danos, segundo a Defesa Civil.
Sato diz que a origem do
problema está na ação humana: a construção de um
molhe (barreira de pedras
que divide o mar) na foz de
um rio da região para proporcionar acesso a uma ilha.
De acordo com o geólogo,
desde que a construção foi
expandida, há sete anos, a
faixa de areia foi desaparecendo num ritmo veloz.
Na praia vizinha, Matadeiro, onde o rio passou a depositar os sedimentos após a
construção do molhe, ocorreu o contrário: a faixa está
crescendo. "A prefeitura foi
avisada sobre a situação,
mas nada foi feito", diz Sato.
Ele afirma que a mesma situação começa a ocorrer na
praia da Barra da Lagoa, no
norte da ilha de Santa Catarina, onde fica Florianópolis:
nove construções foram destruídas nas últimas ressacas.
Lá, também existe um molhe
e a faixa de areia encolheu 50
metros nos últimos 16 anos.
O estudo de Sato se baseou
na análise de mapas e fotos
da praia da Armação dos últimos 70 anos. A pesquisa foi
entregue à Defesa Civil.
Para Sato, o desaparecimento da faixa de areia não
se deve às ressacas. "Não é o
mar que avança, é a areia da
praia que está sumindo", diz.
OUTRO LADO
O secretário de Obras de
Florianópolis, José Nilton
Alexandre, discorda. "Ele [o
molhe] está lá há muitos
anos. Ouvimos vários engenheiros que afirmaram coisas diferentes." A prefeitura
não sabe quem fez o molhe.
A prioridade, diz, é evitar
que a lagoa do Peri, no interior da Armação e que abastece de água 110 mil habitantes, seja contaminada por sal
devido ao avanço do mar.
A prefeitura já começou a
erguer um muro com 1.750 m
de extensão para proteger as
casas das ondas. O uso de
dragas para engordar a faixa
de areia também é cogitado.
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