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TRÂNSITO
Quantidade de lombadas eletrônicas também aumentará; equipamentos terão tecnologia para flagrar desrespeito ao rodízio
Serra amplia em 152% número de radares
CLAYTON FREITAS
DO "AGORA"
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo José Serra (PSDB) vai
aumentar em 152,5% a quantidade de radares fixos e em 53% a de
lombadas eletrônicas em São
Paulo que, além da velocidade, terão tecnologia capaz de flagrar
desrespeito ao rodízio de veículos.
O reforço faz parte de um plano
de mudanças no trânsito na gestão tucana que abrange também a
ampliação de pontos onde os motoristas serão vigiados e a presença de um fiscal de trânsito a cada
dois quilômetros em 10% dos 15,5
mil km de vias paulistanas.
As mudanças já começaram a
ser articuladas pela Secretaria dos
Transportes, que anunciou no
"Diário Oficial" a realização de
concorrência pela qual pretende
contratar 101 radares fixos e 153
lombadas eletrônicas -hoje eles
são 40 e 100, respectivamente.
O salto de 140 para 254 no número desses equipamentos fotográficos tende a incrementar a
quantidade de multas, ao menos
inicialmente, e será acompanhado de mudanças nos critérios de
remuneração das operadoras.
Os editais para a contratação
dos novos aparelhos vão ser lançados no dia 11 de julho. Os 40 radares móveis existentes, que ficam em cima de tripés, não sofrerão alteração por enquanto porque, diferentemente dos demais,
seu contrato vigora até 2006.
O projeto prevê ainda maior revezamento dos radares chamados
de fixos pela cidade. Os 101 aparelhos poderão ser instalados, dependendo da semana, em 300
pontos diferentes -hoje são 120.
O contrato dos radares fixos,
feito com a Engebras, vence hoje.
O das lombadas eletrônicas, a cargo do consórcio Perkons/Consladel, venceu no dia 24 de junho.
Para não deixar São Paulo sem
fiscalização, será assinado um
contrato emergencial com a Engebras e a Perkons. O secretário
de Transportes de Serra, Frederico Bussinger, diz que a Consladel
ficou de fora porque seus contratos estão passando por investigação pela prefeitura. "É uma empresa que está sobre sindicância
da prefeitura", disse Bussinger.
A empresa é investigada pelo
Ministério Público desde que a revista "Veja" publicou que seu
proprietário comandava um esquema de propina na gestão da
ex-prefeita Marta Suplicy (PT).
Todos os envolvidos negam.
Na nova licitação, as empresas
prestadoras do serviço, que hoje
ganham a cada multa aplicada e
efetivamente paga pelos infratores (ou seja, por produtividade),
receberão uma espécie de "aluguel" pelo equipamento, com um
valor fixo predeterminado.
O valor médio de remuneração
mensal de cada radar fixo, segundo Bussinger, é de R$ 26 mil. A
meta é reduzir para até R$ 21 mil.
O secretário não informou quanto é a remuneração mensal média
paga pelo serviço de lombadas
eletrônicas, mas pretende pagar
até R$ 15 mil ao mês.
Propaganda oficial
O reforço na fiscalização eletrônica, cujo prazo dependerá do andamento da licitação, integra um
projeto de monitoramento 24 horas das vias com maior circulação,
batizado pela gestão Serra de SVE
(Sistema Viário Estratégico).
Ele abrange 1.500 km de vias
que, segundo Bussinger, receberão um "tratamento de primeira
qualidade". Ao falar pela primeira
vez à Folha sobre esse projeto, ele
usou como referência as rodovias
paulistas sob concessão privada.
O SVE, segundo a propaganda
oficial, contemplará painéis eletrônicos para orientar os motoristas sobre as condições do trânsito,
semáforos inteligentes, pavimento diferenciado, sem buracos, e terá como parâmetro a presença de
um marronzinho da CET a cada
dois quilômetros nos horários de
maior movimento de veículos.
O programa tucano diz que 100
km do total serão adotados ainda
em 2005. O restante, até julho de
2008. A idéia, segundo Bussinger,
é eliminar interferências para facilitar a fluidez dos carros e reduzir os congestionamentos.
O secretário diz que a intenção é
que esses 1.500 km sejam totalmente monitorados e operados.
Hoje a CET consegue "olhar"
-com câmeras e PACs (postos
de campo que ficam em cima dos
prédios)- aproximadamente
um terço desse montante.
Antes mesmo da implantação
do SVE e dos novos radares, a administração tucana, que teve a
melhoria do trânsito como uma
de suas promessas, começou a fazer uma série de alterações menores que vão na mesma direção.
Por exemplo, decidiu retirar
mais de cem funcionários da CET
que estavam fazendo serviços internos -dentro dos edifícios da
empresa- para atuar nas ruas a
partir de julho. Os pontos de fiscalização do rodízio no centro expandido saltou de 40 para 350.
O sucateamento da CET, entretanto, ainda permanece, com a
falta até mesmo de cones para fazer faixa reversível, conforme
mostrou a Folha no mês passado.
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