São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2008

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Para Kassab, eventual alta de custos é o preço a pagar

Prefeito de SP diz que restrição a caminhão é medida necessária para melhorar trânsito

Kassab acompanhou blitz da PM; ele afirmou que manifestantes deveriam escolher local adequado que não prejudicasse a cidade

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) afirmou ontem que um eventual aumento no custo de produtos e de serviços diversos, por conta da nova lei que restringe a circulação de caminhões, será o preço que a cidade terá de pagar para reduzir os índices de congestionamento.
"Olha, não acredito que suba [o custo]. E, se subir, é o preço que temos que pagar. A cidade de São Paulo tem um trânsito hoje que precisa que sejam adotadas medidas para diminuir."
Foi Adriano Perez, 34, motorista e representante da transportadora Cargas Stagio, que pediu à Folha para questionar o prefeito sobre a possibilidade de aumento de preços por conta das novas restrições.
"Pergunte ao Kassab o que ele irá dizer na hora em que o preço de tudo subir por causa dessa lei que ele inventou. Quando subir o preço de tudo, será o Kassab quem também terá de pagar por isso", disse Perez, enquanto dois caminhões que ele ajudava a descarregar eram multados por um agente de trânsito da CET, em frente ao número 59 da rua do Triunfo, região central.
Eram 6h quando o fiscal da CET sacou o bloco de anotações e aplicou duas multas, que foram fixadas nos pára-brisas dos dois caminhões.
"Eu não sabia de nada. Deviam ter avisado às empresas de transporte primeiro sobre essa lei", criticou Silvio Heleno, 34, motorista de um dos caminhões multados, com placa de Vitória, no Espírito Santo. Ele disse não ter visto as faixas de aviso espalhadas na entrada da cidade. "Essa lei é para a cidade de São Paulo. Ninguém sabe dela no nosso Estado."
Ele não foi o único a reclamar. "Vim de Ipubi, em Pernambuco. Trago uma carga de gesso e estou aqui à procura do endereço correto. Me disseram que é no Ipiranga. Só sei disso. Dessa lei, que lei é essa? Me diga", pediu o motorista José Evangelista Neto, 62, que estava estacionando, às 5h30, na esquina da avenida Ricardo Jafet com a rua Dom Pedro 1º.
"A divulgação foi bastante ampla. Foram praticamente cinco meses de divulgação", respondeu Kassab.
Pela manhã de ontem, o prefeito acompanhou uma blitz da Polícia Militar nos cruzamentos da avenida Henrique Schaumann com a rua Teodoro Sampaio e da avenida Pompéia com a rua Turiaçu. Ele estava com o secretário municipal dos Transportes e presidente da CET, Alexandre de Moraes.
À tarde, o prefeito evitou falar dos protestos. "Todos têm direito, numa democracia, à manifestação. Mas eu espero que essas pessoas façam a manifestação em local adequado, para não prejudicar a vida, o dia, de 11 milhões de pessoas que aqui moram." Ele, porém, disse não saber se os protestos foram articulados para prejudicar a sua candidatura à reeleição. "Não tenho informação de que tenha sido uma manifestação política. Mas foi imprópria. Tentar parar uma cidade de 11 milhões de pessoas é uma coisa imprópria."


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