São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empresária é condenada por torturar garota

Justiça determinou pena de 14 anos a Sílvia Calabresi Lima, que agrediu menina de 12 anos que vivia com ela em Goiânia

Empregada de Calabresi também foi condenada; advogados disseram que vão recorrer das sentenças, que consideraram exageradas

DA AGÊNCIA FOLHA

A empresária presa no começo do ano sob acusação de ter torturado uma adolescente de 12 anos em Goiânia foi condenada ontem a 14 anos e 11 meses de prisão.
Sílvia Calabresi Lima vivia em uma área nobre da capital de Goiás com uma menina que havia saído do interior do Estado para estudar. Em março, policiais encontraram a menina acorrentada e amordaçada no apartamento dela.
A empregada da família, Vanice Maria Novaes, recebeu ontem pena de sete anos, também por prática de tortura. O marido de Calabresi Lima, o engenheiro Marco Antônio Calabresi Lima, também foi condenado -a um ano e oito meses de prisão-, mas teve a pena convertida em serviços comunitários. Ele foi acusado de omissão. Um dos filhos do casal foi absolvido da mesma acusação, por falta de provas.
Segundo a Justiça, a acusada praticou torturas que provocaram deformações permanentes na menina, como ferimentos na língua. A investigação também constatou que Calabresi Lima e a empregada espancavam a garota diariamente -o esmagamento de dedos foi uma das agressões citadas.
No julgamento, também foi dito que a menina era sufocada e deixada por até quatro dias sem comer. A Promotoria afirmou que as torturas ocorriam havia pelo menos dois anos.
O juiz responsável pelo caso, José Carlos Duarte, justificou a pena menor para a empregada afirmando que Calabresi Lima cometeu torturas de maior gravidade contra a adolescente.
A mãe da menina que sofria maus-tratos também será processada. Ela é acusada de entregar a filha em troca de dinheiro. Desde março, a garota permanece sob guarda do Conselho Tutelar em Goiânia.

Outro lado
As duas condenadas vão aguardar na prisão o julgamento de recursos. Os advogados disseram que vão recorrer. A defesa de Calabresi Lima afirma que ela cometeu, de fato, agressões contra a menina, mas considera a pena exagerada.
"Não concordamos com o resultado e vamos até o STJ [Superior Tribunal de Justiça]", disse João Carvalho de Matos, advogado de Calabresi Lima. A defesa da empregada doméstica vai pedir ao STJ exames de sanidade mental. A Justiça de Goiás já negou um pedido feito por ela anteriormente. (FELIPE BÄCHTOLD)

Colaborou SEBASTIÃO MONTALVÃO, da Agência Folha, em Goiânia


Texto Anterior: Há 50 Anos
Próximo Texto: Providência: Justiça aceita denúncia contra 11 militares
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.