São Paulo, quinta-feira, 01 de julho de 2010

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AFIZ SADI (1924-2010)

Um urologista autor de livros de poesia

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

São mais de dez as obras de Afiz Sadi. Por ser médico, formado pela federal de Minas, escreveu livros que falam sobre urologia, mas não todos: parte deles enveredou pelo caminho da poesia.
Afiz foi um apaixonado pela literatura e chegou a ser membro da Academia Cristã de Letras, conta o filho Marcus, também médico. Amigo dos livros, vivia lendo e escrevendo. Nos últimos tempos, revisitava obras de Euclides da Cunha e de Guimarães Rosa, autores que admirava.
Já na área médica, foi responsável por centenas de trabalhos científicos e capítulos em livros especializados.
De família libanesa, Afiz nasceu em Jardinópolis (329 km de SP). Filho de um mascate, mudou-se para Minas para fazer faculdade.
Foi lá que conheceu Juscelino Kubitschek, que, além de político, era urologista e lhe serviu de inspiração para que seguisse a carreira.
Depois de formado, prestou concurso e se transferiu para a Escola Paulista de Medicina, onde se tornou professor titular de urologia.
De lá, só saiu aos 70, quando se aposentou compulsoriamente. Da faculdade sentia saudade, aplacada pelos contatos que mantinha com os colegas de sua geração.
Após a aposentadoria, Afiz Sadi continuou trabalhando no próprio consultório.
O casamento veio em meados da década de 50. Após realizar uma cirurgia, ele acabou conhecendo Leila, a filha do paciente. A união resultou em três filhos.
Como hobby, o médico costumava estudar tapetes persas. Era um profundo conhecedor das texturas e desenhos das peças. Reparava até no número e na qualidade dos fios. Colecionou alguns, mas muitos foram vendidos porque não tinha como guardá-los no apartamento para onde havia se mudado.
Também se aventurava pela cozinha. Sua paella e seu doce mineiro de queijo faziam sucesso na família.
Colaborava desde 1983 na seção Tendências/Debates da Folha.
Morreu ontem, aos 85 anos, em decorrência de complicações pulmonares surgidas após uma cirurgia. Deixa viúva, três filhos e cinco netos. O enterro foi ontem, no cemitério Getsêmani (SP).

coluna.obituario@uol.com.br


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