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EDUCAÇÃO
Entidades desenvolvem quase 1.200 programas de qualificação e trabalham com 220 mil adolescentes
Projeto inédito cadastra mil ONGs no país
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
O Brasil tem mais de mil entidades não-governamentais que desenvolvem quase 1.200 programas
de educação e de trabalho para jovens, a maioria com problemas
econômicos e sociais.
Os programas gerais dessas entidades oferecem 4.928 cursos, que
são frequentados por mais de 220
mil adolescentes.
Esses dados fazem parte do "Cadastro das Iniciativas Não Formais
de Educação Profissional de Adolescentes", realizado pelo Unicef
(Fundo das Nações Unidas para a
Infância), pelo Ministério do Trabalho, pelas fundações Odebrecht
e Maurício Sirotsky Sobrinho e pelos institutos Ayrton Senna, Credicard/Abrasso e Vitae.
Os números relativos à região
Sudeste serão divulgados hoje no
Instituto Cultural Itaú, em São
Paulo.
O cadastro realizado com as entidades é o primeiro trabalho de
mapeamento e classificação das
iniciativas não oficiais de educação profissional de adolescentes
Brasil.
Segundo a gerente de projeto da
Vitae, uma das organizadoras do
cadastro, Rebecca Raposo, nesse
primeiro momento, o documento
foi realizado a partir de três perguntas básicas: "Quem são, onde
estão e o que fazem as ONGs citadas."
Perfil
"Na segunda etapa do projeto,
vamos questionar como essas entidades promovem a educação
profissional. Vamos ter o perfil
das ONGs, sabendo quais são seus
conceitos pedagógicos", disse Rebecca.
Segundo ela, os dados do cadastro estarão sendo atualizados
constantemente na Internet.
O projeto classifica como iniciativas não formais qualquer programa de iniciação profissional
realizado por entidades da sociedade civil, da iniciativa privada ou
do poder público. Outra condição
para entrar na classificação é que o
projeto não esteja regulamentado
no sistema regular de ensino.
Fazem parte desse universo jovens que complementam sua educação ou que iniciam sua preparação para o trabalho com o apoio
de associações comunitárias, de
entidades religiosas, de empresas,
de fundações, de ONGs (organizações não-governamentais), de sindicatos ou de governos estaduais e
municipais.
O estudo, realizado em 1996 e
concluído no ano passado, mapeou 1.119 iniciativas não formais
de educação e trabalho. O maior
número dessas iniciativas se concentra na região Sul (385).
A região Sudeste tem 281 entidades que prestam esse tipo de serviço; a região Norte, 136, a Nordeste, 176, e a Centro-Oeste, 141.
Qualificação
Ao todo, 228.638 jovens que frequentam esses cursos têm a oportunidade de ingressar no mercado
de trabalho com uma qualificação
profissional.
O trabalho lembra que a iniciação do profissional torna-se importante no momento em que se
verifica o aumento da população
jovem do país.
Segundo dados da Fundação
Seade, a população brasileira entre 15 e 19 anos atingiu 15,8 milhões de pessoas em 1995. Isso
equivale a 10,4% da população total do país.
"Sua participação (a dos jovens)
relativa no conjunto da população
tende a crescer ao longo da década
(1995-2000), configurando o que
tem sido chamado de "onda adolescente', ou seja, as gerações de
adolescentes desse período serão
maiores do que aquelas das décadas anteriores", diz o relatório nacional do cadastro.
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