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AMBIENTE
Projeto lançado ontem no Rio é adaptação de plano do governo Garotinho que consumiu R$ 4,2 mi e é acusado de irregularidades
Programa sob suspeita é reestruturado
RAFAEL CARIELLO
DA SUCURSAL DO RIO
O governo do Rio lançou ontem
um programa de educação ambiental, financiado pela Petrobras, para 1.440 alunos da rede estadual de ensino. O programa é a
reestruturação do projeto Verde
que te Quero Verde, do governo
de Anthony Garotinho (PSB), que
consumiu R$ 4,2 milhões em dois
anos e é acusado de irregularidades pela atual administração.
O financiamento do programa
resulta de convênio assinado em
junho de 2000 entre a Petrobras e
o ex-secretário André Corrêa, de
Meio Ambiente. O convênio complementava um termo de compromisso para investimentos que
a empresa deveria fazer a fim de se
adequar à legislação ambiental,
após o derramamento de 1,29 t de
óleo bruto na baía de Guanabara,
em janeiro daquele ano. No total,
pelo convênio, o programa deverá receber R$ 7,1 milhões.
Na versão anterior, que gastou
R$ 4,213 milhões, o projeto atendeu 1.089 jovens de 16 a 22 anos.
Eles fizeram cursos de conscientização e conservação ambiental.
A atual equipe da secretaria diz
que, dos R$ 4,2 milhões repassados pela Petrobras até abril deste
ano, quando Garotinho deixou o
governo para concorrer à Presidência, não há comprovação de
gastos para cerca de R$ 1 milhão.
O programa era gerenciado pela
Fundação João Daudt d'Oliveira,
sem experiência em projetos ambientais. Corrêa diz que escolheu
a fundação, que gerenciou a construção do piscinão de Ramos, por
ter ficado impressionado com um
artigo sobre arrecadação de recursos para projetos culturais escrito por seu presidente, Armando Daudt de Oliveira Filho.
O atual secretário do Meio Ambiente, Liszt Vieira, que rescindiu
o contrato com a fundação, acusa
Corrêa de ter feito uso eleitoral do
programa. Em apostila distribuída aos participantes, no item "O
que você pode fazer para reduzir a
poluição do ar", a primeira recomendação é "votar em candidatos
que defendam o meio ambiente".
As apostilas trazem na primeira
página mensagem do então secretário, hoje candidato a deputado
estadual pelo PV do Rio.
Pelo programa, os "monitores
ambientais" -os 1.089 jovens-
recebiam bolsas de R$ 80 após a
conclusão do curso. "Do jeito que
estava, o projeto só servia para remunerar, sem critério, coordenadores e monitores", afirma Vieira.
O novo projeto, chamado Cidadania Ambiental, substituirá os
antigos 26 "técnicos" -como
eram chamados os responsáveis
pelas aulas, indicados pela secretaria- por 240 professores da rede estadual de ensino. Serão mantidas as bolsas para os alunos do
novo programa. Os antigos bolsistas serão mantidos, segundo o
governo, desde que estejam matriculados na rede pública.
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