São Paulo, sábado, 1 de agosto de 1998

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CRIMES NO PARQUE
Nova busca na mata não acha mais corpos; advogado renuncia à defesa do motoboy acusado pelas mortes
Polícia identifica terceira vítima do maníaco

Leonardo Colosso/Folha Imagem
O advogado Ademar Gomes, que renunciou ontem à defesa do motoboy Francisco de Assis Pereira, acusado de ser o maníaco do parque


da Reportagem Local

A polícia identificou mais uma vítima do maníaco que matou oito mulheres no parque do estado (zona sudeste de São Paulo). Trata-se da estudante Elizângela Francisco da Silva, 21, desaparecida desde 9 de maio.
O corpo de Elizângela foi encontrado na última terça-feira próximo de outro corpo durante uma varredura feita na mata do parque. Sua identificação só foi possível porque o solo do parque, arenoso e úmido, conservou-lhe a pele do polegar direito.
Após reidratar o dedo com glicerina e formol, os peritos do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) obtiveram a impressão digital do polegar, que foi comparada com as do cadastro de mulheres desaparecidas.
Nascida em Londrina (PR), Elizângela desapareceu na avenida Rebouças, em Pinheiros (zona sudoeste) após sair de casa para ir a um shopping center naquele bairro. "Iremos ouvir os familiares dela para tentar reconstruir o que aconteceu", disse o delegado João Kiss Paterno, diretor-interino da Divisão de Proteção à Pessoa.
Com Elizângela, são três as vítimas do maníaco que foram identificadas -as outras são a balconista Selma Ferreira Queiroz, 18, e a vendedora Raquel Mota Rodrigues, 23. "Estamos muito próximo da identificação de duas outras vítimas", afirmou o delegado.

Busca
A polícia fez ontem a sexta busca no parque, mas não achou nenhum novo corpo na mata. A busca foi realizada pelo DHPP na região do parque próxima à rua Alfenas e ao local em que estava o corpo da vendedora Raquel.
Os policiais encontraram uma mochila na qual havia camisinhas, um lençol cor-de-rosa, uma pá, um par de sapato feminino e uma caixa de bombons.
As buscas estão sendo baseadas nas referências dados pelas sete mulheres que acusaram o motoboy Francisco de Assis Pereira, 30, que negou os crimes sexuais em contato com a família.



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