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TRAGÉDIA EM GUARULHOS
Depoimentos sobre acidente em festa devem ocorrer hoje; entrada de menores também é investigada
Organizadores vão culpar dono de imóvel
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
Os três organizadores da festa
Ladies First, na qual seis pessoas
morreram após o desabamento
da pista de dança, devem se apresentar hoje à polícia para dar esclarecimentos sobre o acidente,
ocorrido em Guarulhos (Grande
São Paulo) no último domingo.
A defesa responsabilizará o dono do prédio, Wilson Gonçalves,
pelo acidente. "Meus clientes foram induzidos ao erro pelo proprietário, que disse que o prédio
estava regularizado", afirmou o
advogado Ademar Gomes, que
representa Heric Fabiano Dias,
Arlécio Alison Morais (conhecido
como Mota) e Claudio Pereira, o
Claudio Perereca.
Gonçalves não foi encontrado
ontem para comentar o assunto e
ainda não prestou depoimento.
Segundo o delegado William
Grande, do 1º DP de Guarulhos, o
advogado de Gonçalves também
entrou em contato com a polícia
ontem e disse que seu cliente se
apresentará nos próximos dias.
O prédio onde foi feita a festa
não tinha alvarás da obra e de funcionamento nem laudo de vistoria dos bombeiros. O mezanino,
de estrutura frágil, ruiu, deixando
seis mortos e mais de 130 feridos.
Segundo o delegado, porém, os
organizadores ainda podem ser
responsabilizados pois deveriam
ter exigido que os números dos alvarás constassem no contrato.
"Além disso, eles deveriam ter solicitado autorização na prefeitura
e no Juizado da Infância e da Juventude para realizar o evento."
A polícia instaurou inquérito
por homicídio culposo (sem intenção) e lesão corporal culposa,
mas os organizadores podem responder ainda por corrupção de
menores, já que adolescentes estavam no local, onde havia bebida
alcoólica gratuita e show erótico.
O advogado Gomes disse que a
entrada de menores de idade era
proibida e que, se algum adolescente estava lá, foi por negligência
dos seguranças.
Mas dois seguranças ouvidos
ontem pelo delegado, Silvio Colognesi e Denis Peppe, disseram
que a idade mínima exigida era 16
anos e passou para 14 no meio da
noite.
Quanto à afirmação, feita anteontem por um bombeiro civil
contratado para a festa, de que os
organizadores foram avisados sobre o risco de desabamento, o advogado disse desconhecer o assunto. Ao programa Cidade Alerta, da emissora Record, Mota e
Dias disseram não ter recebido
nenhum aviso sobre o risco de o
mezanino ruir.
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