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Hospital universitário suspende cirurgias cardíacas em Fortaleza
Instituição diz não ter recursos para pagar dívida de R$ 12 milhões com fornecedores
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Sem recursos para pagar uma
dívida de R$ 12,1 milhões com
fornecedores, o Hospital Universitário Walter Cantídio, vinculado à UFC (Universidade
Federal do Ceará), parou de
realizar cirurgias cardíacas.
Com isso, a fila de espera pelo
procedimento pode aumentar
ainda mais em Fortaleza, já que
o único que ainda está fazendo
a cirurgia pelo SUS é o Hospital
de Messejana.
Na quinta-feira, a fila chegou
a 84 pacientes, mas caiu ontem
para 78, segundo o diretor do
hospital, Antero Gomes Neto,
porque foram feitas cirurgias.
O aumento da demanda de
pacientes em Messejana aconteceu por causa da recusa de
cardiologistas e anestesistas de
realizar cirurgias pagas pelo
SUS em hospitais privados conveniados. Eles alegam que os
valores são muito defasados em
relação ao dos planos de saúde
e do próprio Hospital de Messejana, onde o Estado complementa os repasses federais.
No começo da semana, os
médicos aceitaram realizar cirurgias de emergência nos hospitais conveniados, mas só houve um caso, desde então. O resto foi para Messejana.
No hospital universitário
eram feitas 15 cirurgias cardíacas por mês. Segundo o diretor
do hospital, Silvio Rocha, só
com fornecedores de produtos
usados nessas cirurgias, a dívida é de R$ 3,6 milhões. "Tivemos de parar por dificuldades
de abastecimento", disse.
A situação pode ainda piorar
para outros procedimentos
médicos, pois fornecedores de
insumos laboratoriais também
suspenderam as entregas. O
hospital é referência em procedimentos de alta complexidade, como transplantes de fígado
e rins e leucemia. "Se não aparecerem mais recursos nesta
próxima semana, teremos de
suspender as internações."
O hospital já tem um déficit
mensal de R$ 350 mil, segundo
ele, mas a situação se agravou
ainda mais com o não pagamento, pelo SUS, de procedimentos já realizados, no valor
de R$ 1,2 milhão, que o governo
federal entende que não são da
alçada do hospital.
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