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EDUCAÇÃO
Universidade quer aplicar a prova no próximo domingo
Liminar obtida pela OAB proíbe vestibular de direito da Uniban
da Reportagem Local
da Agência Folha
Os estudantes que se inscreveram para o vestibular antecipado da faculdade de direito da
Uniban (Universidade Bandeirantes), em Osasco, estão correndo risco de não realizar a
prova no próximo domingo.
Anteontem, a OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil) conseguiu uma liminar suspendendo a realização do exame.
Segundo Carlos Miguel Aidar,
secretário-geral da Ordem, a
instituição estaria infringindo a
Lei de Diretrizes e Bases (LDB),
de 96, em que as instituições de
ensino superior têm de submeter ao Conselho da Ordem o pedido de instalação do curso.
A Uniban, que segundo Milton Linhares, vice-reitor, não
havia sido notificada até a tarde
de ontem, iria entrar com recurso para derrubar a liminar.
Linhares afirma, porém, que a
universidade não teria de pedir
autorização nem à Ordem nem
ao MEC (Ministério da Educação) porque já tem o curso de
direito funcionando nos campi
do ABC e de São Paulo.
Segundo Cid Gesteira, coordenador-geral de avaliação do
ensino superior da Sesu (Secretaria de Ensino Superior), o
Conselho Nacional de Educação (CNE), que autoriza ou não
a abertura de cursos universitários, já deu parecer favorável a
outra instituição para abrir cursos em outras unidades sem ter
de se submeter ao Conselho.
Gesteira acrescenta, porém,
que a Uniban não tem ainda autorização para abrir o campus
de Osasco.
"Nós já temos um parecer favorável, o que falta é a homologação do ministro", disse Linhares. De acordo com Gesteira, essa antecipação à decisão
do CNE pode causar problemas
à Uniban. "Se o Conselho não
aprovar o funcionamento do
campus, tudo o que eles fizeram
será cancelado. E os alunos estão correndo um grande risco."
O campus de Osasco, se regulamentado, terá 15 cursos em
funcionamento e 4.000 vagas.
"O procedimento normal é
abrir as inscrições depois da autorização", disse Gesteira.
Inadimplência
A Uniban decidiu fechar a vaga de 2.300 (10%) de seus alunos
por falta de pagamento da rematrícula, taxa que assegura a
continuidade do curso no ano
seguinte. Dos 23 mil estudantes
da instituição, 7.360 estão com
as mensalidades atrasadas.
Desde o último dia 13, quem
não pagou o valor exigido pela
universidade em julho teve o
seu nome incluído em lista afixada nas salas de aula.
A relação, segundo Maurício
Leonardi, 32, diretor-executivo
de finanças da Uniban, tem o
objetivo de "forçar" o aluno a
fazer um acordo. O prazo se encerrou no dia 17.
A aluna do terceiro ano de enfermagem Sônia das Graças Lopes não concorda com a postura
da universidade. Ela filmou a
lista em que ela aparece como
desistente. "Eu sou é inadimplente, mas a universidade não
quer negociar e eu não tenho
condições de pagar à vista."
O inadimplente, de acordo
com Mirian Trevisan Nassif, 37,
técnica na área de serviços do
Procon, não pode ser exposto
ao ridículo nem submetido a
qualquer constrangimento ou
ameaça. Miriam afirmou ainda
que a universidade não tem o
direito de considerar desistente
o aluno de curso anual que não
efetuou a rematrícula.
Milton Linhares vice-reitor do
campus Osasco afirmou que a
Uniban não está contrariando a
legislação. "A MP (Medida Provisória) diz que a universidade
não pode divulgar a lista de inadimplentes, mas divulgamos a
de desistentes."
(CLEIDE FLORESTA, MIKE CARVALHO e FERNANDA SANTIAGO)
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